O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirá na próxima quarta-feira, 25, com líderes latino-americanos para discutir a crise na Venezuela. O encontro que ocorrerá em paralelo às sessões de trabalho da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em princípio, o presidente Jair Bolsonaro não participará porque discursará no plenário e retornará ao Brasil na terça-feira, 23.
“O presidente terá a oportunidade de falar com destacados líderes do hemisfério sobre a campanha de pressão sobre Nicolás Maduro“, disse uma autoridade do governo americano que pediu anonimato.
A Casa Branca não quis detalhar quem os participantes da reunião. Mas dificilmente o encontro seria aventado se não estivesse prevista a presença do presidente da Colômbia, Iván Duque, e do Peru, Martín Vizcarra. Por restrições médicas por causa de recente cirurgia, Bolsonaro, já não estará mais em Nova York, segundo a agenda divulgada pelo Palácio do Planalto.
O encontro acontecerá dois dias depois de outra reunião, também em Nova York, entre os chanceleres dos países signatários do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), uma espécie de Otan do continente, acionado para abrir caminho para uma possível intervenção militar na Venezuela. Em separado, haverá também encontro do Grupo de Lima, criado em 2017 para acompanhar a crise política venezuelana e propor soluções pacíficas.
Em princípio, os países presentes terão que decidir que passo tomar para pressionar Maduro: romper relações diplomáticas e econômicas com o regime chavista ou decretar um bloqueio ao transporte naval e aéreo à Venezuela. A intervenção militar, como disse o próprio Trump, continuam sobre a mesa. Maduro não estará presente neste ano na Assembleia Geral.
As dificuldades para aplicar o TIAR, entretanto, já se tornam visíveis por causa da resistência de várias nações. O chanceler Ernesto Araújo, que estará no encontro do Grupo de Lima, pela manhã, ainda não confirmou sua participação na reunião do TIAR, de tarde.
Trump também vai se reunir a sós com o novo presidente de El Salvador, Nayib Bukele. O encontro ocorrerá pouco depois de os dois governos terem assinado um acordo que permitirá aos Estados Unidos enviar de volta ao território salvadorenho os solicitantes de refúgio que chegarem à fronteira americana. Bukele tem projetos de desenvolvimento econômico e de combate ao crime organizado considerados propícios para gerar oportunidades aos que, em desespero, buscam os Estados Unidos.
Bilaterais de Trump
A agenda de Trump na ONU começará na segunda-feira, 23, quando discursará em um ato sobre a liberdade religiosa. Na sequência, ele terá quatro reuniões bilaterais: com o presidente da Polônia, Andrezj Duda, e com os primeiros-ministros do Paquistão, Imran Khan, da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, e de Singapura, Lee Hsien Loong.
Na sequência, o presidente americano ainda se reunirá com os líderes do Egito, Abdul Fatah al Sisi, e da Coreia do Sul, Moon Jae-in, segundo a Casa Branca. O encontro com o presidente brasileiro foi desmarcado pelo Palácio do Planalto, assim como todos os outros, por razões médicas. Esse dia será marcado pela Reunião de Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima, que Trump deixou de lado, assim como Bolsonaro e outros líderes.
No dia seguinte, Trump discursará na Assembleia Geral da ONU, logo depois de o presidente brasileiro abrir a série de discursos. O governo americano não quis dar detalhes sobre o conteúdo do texto que será lido por ele, mas disse que voltará a defender o direito à soberania de cada país.
Ainda na terça-feira, o presidente americano se reunirá com os primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, e da Índia, Narendra Modi. Seu último evento do dia será um encontro com o presidente do Iraque, Barham Saleh.
Depois da reunião sobre a Venezuela na quarta-feira, Trump receberá o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. Fontes da Casa Branca dizem que o encontro pode ser aproveitado para que ambos assinem o recém-anunciado acordo comercial entre os dois países.
Na sequência, Trump se reunirá com o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, a quem vem apoiando no conflito latente dos ucranianos com os russos. Os Estados Unidos já se comprometeram com uma ajuda militar de 250 milhões de dólares a Kiev e há possibilidade de ser engordada com mais 140 milhões de dólares. (Veja)