Durante sessão extraordinária da Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus, nesta segunda-feira (24), o vereador Uberdan Cardoso (PT) se manifestou sobre a situação do colega Edivan de Jesus Santos, conhecido Morão (UB), acusado de agredir sua esposa com golpes de faca.
O parlamentar defendeu o respeito ao devido processo legal e criticou o que chamou de “linchamento público”. O crime ocorreu na madrugada de sábado (22), quando, segundo relatos, Morão atacou sua esposa durante uma discussão motivada por ciúmes.
No domingo (23), a Justiça decretou a prisão do vereador, que permanece foragido. Nesta segunda-feira (24), a Câmara aprovou seu pedido de licença por 120 dias, Morão alega interesse particular. O suplente, Sérgio Gordo do Mutum, foi convocado para ocupar o cargo temporariamente.
Em seu pronunciamento, Uberdan reconheceu a gravidade do crime e a necessidade de responsabilização, mas reforçou que a cassação do mandato só pode ocorrer após o trânsito em julgado da sentença. Ele alertou sobre os riscos de julgamentos precipitados e enfatizou que cabe à Justiça decidir sobre a punição do vereador.
“A Câmara pode cassar um mandato, mas a Justiça Eleitoral é quem tem essa prerrogativa. O Código de Ética e o Regimento Interno determinam que para haver cassação é preciso uma sentença definitiva. Não somos juízes, e a população precisa entender isso”, declarou Cardoso.
O parlamentar também destacou a importância da solidariedade à vítima e da luta contra a violência doméstica contra as mulheres, mas alertou para a necessidade de evitar que o caso se torne um instrumento de disputas políticas. “O combate à violência contra a mulher deve ser uma pauta permanente, não apenas quando há interesse político”, afirmou.