O empresário bolsonarista Ranier Lamache disse ter ‘absoluto respeito’ ao ‘nobre artista’ e atribuiu xingamentos a outro torcedor
Identificado como uma das pessoas que hostilizaram Gilberto Gil na última quinta-feira (24), durante uma partida do Brasil na Copa do Mundo do Catar, o empresário Ranier Felipe dos Santos Lemache admitiu ter participado do episódio de ataques, mas negou ter xingado o artista.
De Volta Redonda, no Rio de Janeiro, o bolsonarista de 43 anos de idade é o homem de chapéu e com uma camisa da seleção brasileira, com o nome Papito Rani nas costas. Segundo informações da Tribuna Sul Fluminense, ele é sócio das franquias Domino’s Pizza e Spoleto na região.
“Gostaria de me solidarizar com o Sr. Gilberto Gil e sua família em virtude da ofensa que a ele fora proferida, uma vez que eu também não gostaria de ouvi-la. No entanto, estão veiculando a minha imagem essa ofensa, o que não é verdade”, disse ele em nota enviada ao jornal O Globo, após ter sido identificado.
Segundo o empresário, é possível “ter certeza” de que a ofensa não foi dita por ele. “Decerto não era o momento, tampouco o local adequado, mas, as duas únicas frases ditas por mim foram: ‘VAMOS BOLSONARO!!!’ e ‘VOCÊ AJUDOU O BRASIL PRA C…’ (essa última em evidente tom de ironia, haja vista a divergência política que, com todo respeito, não configura nenhuma ofensa)”, argumentou o empresário, que atribuiu os xingamentos a outro torcedor.
O bolsonarista destacou ainda que apesar de sua “divergência aos ideais políticos” de Gil, reitera “o mais absoluto respeito que tenho ao nobre artista” e volta a dizer não ser o autor dos xingamentos.
Ao comentar o incidente, Gil atribuiu a uma espécie de “terceiro turno” provocada pelos “inconformados querendo manter essa coisa do ódio, da agressividade” e agradeceu pela “corrente solidária” diante da agressão.
Dentre as personalidades que prestaram solidariedade ao músico baianos o governador eleito da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua esposa Rosângela Silva, a Janja, além de Emicida, Teresa Cristina, Zélia Duncan e Daniela Mercury, que chegou a oferecer prêmios para quem identificasse os agressores. (ba)