Uso de bloqueador de som pode ser letal para portadores de marca-passo, alertam especialistas

Dispositivo que interferiu em música de praia brasileira representa perigo para dispositivos médicos.

O uso de um bloqueador de som por um argentino em uma praia no Brasil, inicialmente visto como uma brincadeira para silenciar música alta, pode causar sérios riscos à saúde, alertam especialistas.

O aparelho, projetado para emitir ondas eletromagnéticas que bloqueiam sons, pode interferir no funcionamento de dispositivos médicos como marca-passos, desfibriladores e bombas de insulina, gerando consequências graves.

De acordo com o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel, o bloqueador pode desprogramar marca-passos, levando a batimentos cardíacos irregulares. “Isso pode causar desmaios, quedas ou até emergências médicas graves”, explicou o especialista em entrevista ao UOL.

Os marca-passos, fabricados em titânio e programados para emitir ondas eletromagnéticas, são particularmente sensíveis a interferências. Dispositivos como desfibriladores automáticos implantáveis e bombas de insulina também podem ser afetados, colocando em risco a vida de pacientes que dependem desses equipamentos.

Além do impacto em dispositivos médicos, o uso desses bloqueadores é ilegal em diversos países, inclusive no Brasil, onde a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) regula o uso de equipamentos emissores de ondas eletromagnéticas.

A situação serve como alerta para os riscos do uso indiscriminado de tecnologias que, embora possam parecer inofensivas ou úteis em algumas situações, podem causar danos irreversíveis à saúde de terceiros.

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