Postos de Saúde de todo o país estão com portas abertas neste sábado (4) para a realização do dia D de vacinação contra a gripe de 2019. Todos os que compõem os grupos prioritários de imunização, cerca de 59,5 milhões de pessoas, poderão receber a vacina. Até agora, segundo o último balanço do Ministério da Saúde, apenas 21% do público-alvo recebeu a vacina contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no hemisfério sul, de acordo com determinação da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Podem ser imunizados mulheres que deram à luz recentemente (até 45 dias), gestantes, pessoas com mais de 60 anos, crianças de seis meses até 5 anos, trabalhadores de saúde, professores, indígenas, pessoas com doenças crônicas ou raras e pessoas privadas de liberdade.
Na cidade de São Paulo, a vacina estará disponível nas Unidades Básicas de Saúde das 8h às 17h. Em uma página da Secretaria Municipal da Saúde é possível encontrar todos os pontos de imunização divididos por região da cidade.
Para se vacinar é preciso apresentar um documento de identificação e, se possível, a carteira de vacinação e cartão SUS.
A VACINAÇÃO
Quem não pode tomar a vacina?
Bebês menores de seis meses e quem já teve reações anafiláticas em aplicações anteriores. Quem teve a síndrome de Guillain-Barré ou tem reações alérgicas graves a ovo -a vacina contém traços de proteínas do alimento- também deve ter cautela.
Quantas doses preciso tomar?
É recomendada uma dose por ano, porque as cepas do vírus mudam. Crianças de seis meses a nove anos que estão recebendo a vacina pela primeira vez devem tomar uma segunda dose, com intervalo de 30 dias entre elas.
Se eu já tiver pegado a gripe, ainda preciso tomar a vacina?
Precisa. O tempo de imunização após a infecção é mais prolongado que o da vacina, porém não é possível prevê-lo porque ele varia bastante.
A vacina protege contra quais vírus?
A vacina dada na rede pública é a trivalente, contra as gripes A (H1N1), A (H3N2) e um tipo da B. Na rede privada também é oferecida a quadrivalente -que protege contra mais um tipo da B.
Ela “vale” por quanto tempo?
Ela demora de duas a quatro semanas para começar a fazer efeito e é útil por 6 a 12 meses, uma “temporada” do vírus.
Ela é 100% eficiente?
Não, a eficácia varia. Em pessoas não idosas e saudáveis, gira em torno de 70%, mas cai dependendo da faixa etária e de outros fatores, como presença de infecções e doenças crônicas. Para prevenir mortes, porém, a eficiência sobe para 85%, segundo o pediatra e infectologista Renato Kfouri.
Quem toma a vacina tem chances de ficar gripado como “reação”?
Não. O máximo que pode acontecer são dores locais (10% a 20% dos casos), febre baixa, dor no corpo e mal-estar (menos de 1%).
Posso tomar as vacinas da gripe e da febre amarela no mesmo dia?
Sim. Segundo Renato Kfouri, é inclusive uma ótima oportunidade de colocar as vacinas em dia.
A GRIPE
Devo ir ao hospital assim que sentir um dos sintomas da gripe?
Nem sempre. Pode ser que seja apenas um resfriado. Ir a um pronto-socorro ou a um consultório médico pode expor a pessoa, que já está com a imunidade baixa, a microorganismos e fazer com que ela contraia a gripe ou outras doenças.
Qual o período de maior incidência da doença?
Durante a temporada de frio, entre abril e outubro -principalmente no mês de junho, segundo o Ministério da Saúde.
Como a gripe é transmitida?
Contato direto com o muco produzido pelo doente Inalação das gotículas emitidas quando a pessoa espirra ou tosse
Contato com superfícies como mesas, maçanetas e talheres que tiveram contato com muco ou gotículas Quais são os sintomas?
Febre alta, tosse, dor muscular, dor de cabeça, dor de garganta, coriza e irritação nos olhos e nos ouvidos.
Como me prevenir?
– Tome a vacina; é o método mais eficaz de evitar a gripe
– Lave sempre as mãos com água e sabão ou com álcool
– Evite levar as mãos aos olhos, ao nariz e à boca Cubra a boca quando for tossir ou espirrar
– Como funciona o tratamento da gripe?
– Repousar, beber muito líquido e evitar álcool e cigarro Medicamentos como o paracetamol (Tylenol) podem ser usados para combater febre e dores
– Em casos graves ou em grupos de risco, pode ser recomendado medicamento antiviral
– Uso do Oseltamivir (Tamiflu), vendido com receita
Fontes: Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde de SP e infectologistas Renato Kfouri, Rosana Richtmann, Isabella Ballalai e Carlos Kiffer (BN)