Vaticano inicia ritos de transição do próximo Papa

Pontífice faleceu aos 88 anos nesta segunda-feira (21); cardeais devem eleger novo líder da Igreja até o final de maio.

Foto: DV
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O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, encerrando um dos pontificados mais marcantes da história recente da Igreja Católica. Com a confirmação da morte do líder religioso, o Vaticano deu início a uma série de rituais que culminarão na escolha de um novo Papa, processo que deve ser concluído até o final de maio.

O anúncio oficial do falecimento foi feito pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell, atual camerlengo, responsável pela administração do Vaticano durante o período de transição, conhecido como “Sé Vacante” — quando a Igreja permanece sem um papa.

Enquanto isso, Farrell será o encarregado de administrar o patrimônio da Santa Sé e organizar os preparativos para o Conclave, assembleia que reunirá cardeais de todo o mundo para eleger o sucessor de Francisco.

A liderança temporária e o Conclave

Durante a Sé Vacante, as decisões urgentes e inadiáveis sobre a Igreja poderão ser tomadas por um colégio de 252 cardeais, que inclui oito brasileiros. A responsabilidade de convocar o Conclave é do próprio camerlengo, que deve marcar o início da reunião entre 15 e 20 dias após a morte do Papa.

Ao todo, 138 cardeais têm direito a voto, já que o Vaticano estabelece como limite a idade de 80 anos para participar da escolha. Entre os eleitores, sete são brasileiros:

  • Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil;
  • Dom Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre;
  • Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo;
  • Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro;
  • Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília;
  • Dom João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília;
  • Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus.

Segredo absoluto até “Habemus Papam”

O Conclave será realizado na Capela Sistina, dentro do Vaticano, em completo isolamento. Durante os dias de votação, os cardeais não podem manter contato com o mundo externo — sem acesso a telefones, internet, jornais ou qualquer meio de comunicação.

Para ser eleito, o futuro Papa precisará conquistar o apoio de ao menos dois terços dos cardeais votantes. As sessões podem contar com até quatro votações por dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde.

Caso as votações se arrastem e não haja consenso após 34 rodadas, os dois candidatos mais votados na última votação disputarão uma nova escolha, mas ainda será necessário atingir o quórum mínimo de dois terços para a confirmação.

Ao final de cada rodada, a tradicional fumaça sobe pela chaminé da Capela Sistina: preta, se não houver definição; branca, quando finalmente a Igreja tiver um novo Pontífice — marcando o anúncio do “Habemus Papam”.

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