Laura Muller ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter na manhã desta segunda-feira, 22, após o “Quebrando o Tabu” divulgar um vídeo da sexóloga dando uma aula no “Altas Horas”, da Globo, depois de ouvir um comentário intolerante de um integrante do grupo Raça Negra.
“Tem um papo que está rolando na internet: se uma criança de 8 anos já tem que estar aprendendo sexo na escola. É um deputado que está querendo, mas eu sou contra, porque eu sou pai, tenho filho, então sou totalmente contra”, disse o músico, para surpresa dos internautas que assistiram ao vídeo.
A educadora sexual, por sua vez, explicou didaticamente e com detalhes a diferença entre ensinar “sexo” e “sexualidade” a uma criança. Segundo ela, o segundo termo é imprescindível para que qualquer ser humano consiga viver em sociedade e se aceite como indivíduo.
“Vamos explicar o que é a sugestão dos parâmetros curriculares nacionais desde 1997 do tema sexualidade aparecer transversal no ensino a partir dos 6 anos de idade. É sexualidade como um conceito amplo, como nosso jeito de ser no mundo. Como o nosso jeito de ser homem e ser mulher no mundo. O que é isso? É a forma da gente lidar com o nosso mundo interno, nossas emoções, nossos sentimentos, nossos valores, nossas crenças, e da gente lidar com o mundo ao redor. Isso não é sexo, é sexualidade, que pode incluir o sexo quando a gente estiver num momento mais adulto, mais amadurecido”, iniciou ela, enquanto o convidado ouvia atentamente.
Depois, Laura destacou o motivo pelo qual a discussão do assunto é essencial para as crianças. “Na escola, a gente precisa começar a falar de sexualidade e os pais são os nossos primeiros modelos, os nossos primeiros educadores sexuais, que nos ensinam a como ser no mundo. Quando a criança entra na escola, aí a gente precisa começar com 6, 7, 8 anos a falar de corpo, de funcionamento corporal e tal, e os conhecimentos vão evoluindo à medida que essa criança cresce. Com 9, 10 anos, a gente já vai falar de reprodução, né? Até porque às vezes meninas menstruam aos 9 anos de idade e quando vai chegando na pré-adolescência, a gente já vai estar falando de sexo, da prática sexual, de prevenção da gravidez na adolescência, de diversidade, de doenças sexualmente transmissíveis”, completou.
Por fim, Muller concluiu que aprender sexualidade na escola não significa que a criança terá acesso a informações sobre sexo antes da hora: “Então, tem todo um pensar por trás e isso não estimula uma sexualidade precoce, uma vivência precoce à sexualidade”.
Os seguidores da página não só aprovaram o discurso da profissional, como também replicaram e teceram elogios. Confira algumas reações: (MSN)