Vinte empresas têm interesse em investir em maconha medicinal no Brasil

Foto: CasarsaGuru via Getty Images)
Foto: CasarsaGuru via Getty Images

O potencial para o cultivo de maconha medicinal no Brasil já despertou o interesse de empresas nacionais e estrangeiras. A menos de um mês para a conclusão da consulta pública sobre a liberação da produção no país, 20 companhias já manifestaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o interesse no cultivo da erva no Brasil.

Segundo apuração do Estadão, as empresas mais interessadas seriam do Canadá, Estados Unidos e de Israel – países que que já possuem expertise na produção e comercialização de maconha para uso medicinal e recreativo. Representantes de empresas da Austrália, Uruguai e da Europa demonstraram a pretensão de investir por meio de parceiros locais.

Na última quarta-feira (31/7), a Anvisa realizou uma audiência pública em Brasília, como parte de mais uma etapa do processo de debate sobre a regulamentação do plantio da Cannabis medicinal e do uso da planta para a produção de medicamentos e estudos científicos.

Caso a regulamentação seja aprovada pela Anvisa, estima-se que, em até três anos, 3,9 milhões de pacientes sejam beneficiados pelos medicamentos à base de canabidiol, princípio ativo da maconha. Além do avanço na saúde, isso significa também um potencial de mercado que geraria R$ 4,7 bilhões ao ano, segundo cálculos da empresa de dados New Frontier, em parceira com a startup brasileira Green Hub. De acordo com o CEO da empresa, Marcel Grecco, o Brasil é o país com maior potencial de mercado no ramo da maconha medicinal.

Para o diretor-presidente da Anvisa, Willian Dib, existe coesão sobre o assunto na diretoria do órgão. “Acreditamos que a nossa proposta é robusta, boa, coerente, segura, eficaz e que dará tranquilidade para o cidadão poder consumir um produto de melhor origem do que estamos observando hoje com o processo de judicialização”, afirmou durante a audiência.

Segundo a diretora da entidade, Alessandra Bastos, além de ser uma demanda da sociedade, o tema tem sido amadurecido internamente na agência. “Pautados em todo o subsídio legal e em todo o subsídio científico, o que nós queremos é garantir à sociedade acesso a produtos eficazes e seguros. O que a Agência quer é só cumprir o papel dela. Nosso foco principal é dar acesso à população a medicamentos que hoje precisam ser importados”, disse a diretora.

Balanço

Até o momento, a Anvisa recebeu 590 manifestações de associações, profissionais de saúde, empresas e da população em geral, dos quais apenas oito colaborações foram contrárias à legalização.

No perfil das 304 manifestações sobre registro de produtos à base de Cannabis, 67 foram de profissionais de saúde. Na 2ª consulta, foram feitas 286 contribuições, 3 delas de pessoas jurídicas e 283 de pessoas físicas. Ainda sobre cultivo, contribuíram até agora 199 pessoas que se identificaram como cidadãos ou consumidores, 43 profissionais de saúde e 21 como pesquisadores. (Globo Rural)

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