Vista como ‘sinal do fim dos tempos’, novilha vermelha está pronta para sacrifício, dizem judeus

Foto: Reprodução

Uma organização judaica que trabalha pela retomada dos sacrifícios ritualísticos da religião em Jerusalém, e também pela construção do Terceiro Templo na capital israelense, anunciou que a novilha vermelha exigida para a oferta de sacrifícios, já está pronta.

Um vídeo divulgado no canal do Temple Institute no YouTube mostra o animal já crescido. Há dois anos, quando a novilha nasceu em Israel em uma fazenda sob os cuidados dos responsáveis pela organização, ela foi apresentada como a primeira novilha vermelha nascida em Israel adequada para o ritual de purificação dos judeus, sem manchas ou pelos de cores diferentes em mais de dois mil anos. Depois disso, outra novilha que atende a esses critérios também nasceu.

“Desde seu nascimento, os especialistas rabínicos do Temple Institute têm observado atentamente essas novilhas, em busca de qualquer pelo não ruivo que possa brotar em uma delas ou qualquer ferimento leve que a novilha sofra, o que a desqualificará de ser uma novilha vermelha kosher (perfeita segundo a lei mosaica)”, diz uma nota do instituto.

A inspeção mais recente compartilhada pelos responsáveis aponta que os especialistas acreditam que as duas estão perfeitas, mas que uma nova inspeção será feita de forma mais detalhada e se uma ou ambas as novilhas vermelhas permanecerem qualificadas, logo os líderes religiosos judaicos estarão prontos para realizar os sacrifícios.

O ritual judaico segue o que está descrito no livro de Números, capítulo 19, versículo 2: “Este é o estatuto da lei, que o Senhor ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma novilha ruiva, que não tenha defeito, e sobre a qual não tenha sido posto jugo”.

“É maravilhoso imaginar que essas duas criaturas inocentes e desavisadas pudessem, em um futuro muito próximo, fazer Israel e o mundo avançarem para o próximo estágio da redenção e da construção do Templo Sagrado”, acrescenta o Temple Institute.

Sinais

Para os judeus, somente a construção do Terceiro Templo poderia restabelecer a condição de adoração perfeita a Deus, mas para isso, alguns rituais da religião tem que ser cumpridos. E um dos principais, a purificação dos sacerdotes, não pode ser feita sem as cinzas de uma novilha vermelha, conforme descrito em Números, no Antigo Testamento.

Os líderes judeus vivem atentos a alguns sinais que, dentro de sua tradição, significaria o surgimento do Messias, uma vez que eles não reconhecem Jesus como o Filho de Deus. O nascimento de uma novilha vermelha fez a comunidade judaica – e também os cristãos – especularem sobre o início do fim dos tempos.

Em 2014, outra novilha vermelha havia nascido em Israel, fato que não era registrado desde o ano 70 d.C., com o animal sem defeitos, conforme exige o texto sagrado. A raridade do animal fez com que os envolvidos a transportassem para os Estados Unidos, para ser criada em segurança.

“O papel do Terceiro Templo para toda a humanidade traz a visão messiânica do futuro: o chamado para viver uma vida eterna, liberado da farsa e da infelicidade que é a condição atual de tantas pessoas. A ordenança divina da novilha, que está além do alcance frágil do intelecto humano, com todos os detalhes de sua preparação e cerimônia, chama a Israel e a todos os que procuram agarrar-se a Palavra Viva do Deus de Israel: purifiquem-se”, dizia um trecho do comunicado do Temple Institute à época.

Em outras situações, animais que carregavam a mesma expectativa, foram mortos por judeus que temiam que a realização dos rituais acirrassem os ânimos com os palestinos, afinal, o Terceiro Templo teria que ser construído em Jerusalém, cidade que hoje tem seu território dividido com muçulmanos e cristãos, no local onde hoje está edificada a mesquita Al-Aqsa, conhecida como Domo da Rocha.

A construção do Terceiro Templo é descrita no Apocalipse como um dos eventos que caracterização o reinado do anticristo, já na Grande Tribulação, após o arrebatamento da Igreja de Cristo, de acordo com uma das linhas interpretativas do texto sagrado.

Tiago Chagas – Gospel +

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