As finanças do Vitória sofrerão mais um baque. O clube foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 793.056,43 ao atacante Vico, que defendeu o rubro-negro em 2020 e 2021. O valor é referente a encargos trabalhistas, a exemplo de salários, férias e FGTS, mas também inclui indenização por dano moral. A condenação ocorreu após julgamento em segunda instância. A informação foi publicada inicialmente pelo site Globo Esporte e confirmada pelo CORREIO.
“O processo do Vico envolvia a cobrança de diversas verbas, como 10 meses de salários pagos a menor, três meses de salários integrais devidos, 13º salário e férias que nunca foram quitadas, 20 meses sem depósitos do FGTS, sete meses sem pagamento do direito de imagem. Esses atrasos acabaram ensejando a rescisão indireta do contrato de trabalho, quando a rescisão ocorre por reiterada falta de pagamento, o que causou ao clube a condenação também ao pagamento da cláusula compensatória desportiva, que é a multa contratual, os salários que o atleta receberia até o fim do contrato”, detalhou Filipe Rino, advogado de Vico, em entrevista ao CORREIO.
Dentro desse valor, R$ 36.395,10 são referentes a indenização por dano moral. Em outubro de 2021, Vico foi afastado do elenco e teve o nome divulgado pelo clube em uma lista de jogadores que estavam fora dos planos para o restante da temporada. “Importante deixar claro que o valor da indenização pelo afastamento não representa nem 2% do valor total da condenação”, pontuou Rino.
Na ocasião, Paulo Carneiro já havia sido afastado da presidência do clube e o vice-presidente Luiz Henrique Vianna havia assumido o posto. Alex Brasil era o diretor de futebol e falou sobre o assunto à imprensa: “Não houve nenhum tipo de discriminação. Claro que em um elenco de 57 atletas, juntando a equipe sub-23, tivemos a coerência de fazer essa divisão desse grupo de transição. Não houve nenhum afastamento. Vão fazer atividades com grupo de transição, o que é natural. Tomamos essa decisão juntamente com direção e comissão técnica. Consultamos o departamento jurídico e de nenhuma forma o Vitória está correndo risco de problema futuro. Tivemos toda essa preocupação”, garantiu na época.
Vico teve passagem de destaque na Toca do Leão na temporada 2020, quando entrou em campo 38 vezes com a camisa rubro-negra e marcou sete gols. No entanto, o atacante não conseguiu repetir as boas atuações em 2021. Em meio a lesões, ele disputou somente 15 jogos.
Procurado pela reportagem do CORREIO, o departamento jurídico do Vitória informou que vai estudar o caso de forma mais ampla. “O julgamento em segunda instância não significa que o processo está encerrado, pois há a possibilidade do uso de outros recursos, como por exemplo, recurso ao TST”, afirmou o advogado e diretor jurídico do clube, Dilson Pereira. (Correio)