95% dos diagnosticados com HIV no Brasil não transmitem a doença

Ministério da Saúde celebra conquistas e projeta desafios para eliminar a aids como problema de saúde pública.

Foto: Reprodução

O Brasil registrou importantes avanços no tratamento e diagnóstico do HIV em 2023. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 95% das pessoas em tratamento no país alcançaram a supressão viral, estágio em que a carga viral é indetectável e o vírus se torna intransmissível.

Além disso, o país ultrapassou a meta global de diagnóstico estabelecida pela ONU, identificando 96% das pessoas estimadas com HIV.

Esses resultados representam um progresso significativo na luta contra a aids. Em comparação com 2022, o índice de diagnóstico subiu de 90% para 96%, impulsionado principalmente pela ampliação do acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que exige testes para HIV antes do início do tratamento. Como resultado, mais pessoas foram diagnosticadas e incluídas imediatamente na terapia antirretroviral (Tarv).

Apesar disso, o Brasil ainda precisa avançar em algumas áreas. Apenas 82% das pessoas diagnosticadas estão em tratamento, um número inferior à meta global de 95%. Durante o evento de lançamento da campanha “HIV. É sobre viver, conviver e respeitar. Teste e trate. Previna-se”, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da reconstrução das políticas públicas e o papel da sociedade civil nesse processo.

Novas metas até 2027
O Ministério da Saúde apresentou um plano ambicioso para eliminar a aids como problema de saúde pública até 2030, com foco em cinco objetivos principais. Entre as 29 metas prioritárias para 2027 estão:

  • Aumentar em 142% o número de usuários de PrEP, com prioridade para populações vulneráveis;
  • Reduzir em 50% a mortalidade por aids no país;
  • Ampliar para 95% o acesso à Tarv entre pessoas diagnosticadas;
  • Garantir que 95% das gestantes realizem testes para HIV durante o pré-natal;
  • Assegurar que 95% das crianças expostas ao HIV estejam em profilaxia para prevenção da transmissão vertical.

O documento também propõe estratégias para combater o estigma e discriminação, regionalizar os cuidados e melhorar a comunicação em saúde, promovendo o acesso à informação e à prevenção.

Essas ações reforçam o compromisso do Brasil em manter o HIV indetectável e intransmissível, como destacado pela campanha “i = 0” (indetectável igual a zero risco de transmissão), agora reconhecida oficialmente pelo governo federal.

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