O dólar fechou em queda em relação ao real nesta quarta-feira (20). O dia foi marcado pelo início da nova forma de atuação do Banco Central no mercado de câmbio, com leilão à vista de dólares, e pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA.
A moeda norte-americana terminou a sessão em queda de 0,53%, a R$ 4,0296.
No pregão da véspera, o dólar fechou em queda de 0,36%, cotado a R$ 4,0509.
Na parcial de agosto, a moeda dos EUA acumula alta de 5,53%. No ano, acumula avanço de 4,01%.
Nova atuação do BC com leilões de dólares à vista
Na cena doméstica, o BC vendeu US$ 200 milhões em moeda física nesta quarta-feira, na primeira injeção direta de liquidez no mercado de câmbio em mais de uma década. O Banco Central negociou ainda 4 mil contratos de swap cambial reverso – nos quais assume posição comprada em dólar.
Segundo operadores, o mercado ainda está se posicionando para entender melhor a atuação do BC e a queda tímida reflete um sentimento de cautela. “Ninguém quer assumir muita posição em dólar e acabar tomando prejuízo lá na frente”, disse à Reuters Alessandro Faganello, da Advanced Corretora.
O Banco Central anunciou no dia 14 mudanças em sua forma de atuar no mercado de câmbio, com vias a trocar posição cambial em contratos de swap tradicional por dólares à vista, formalizando novo modelo de intervenção cambial para aprimoramento do uso dos instrumentos disponíveis.
As vendas de dólares à vista começarão nesta quarta e irão até 29 de agosto. O BC fará ofertas simultâneas de US$ 550 milhões à vista e de igual montante em contratos de swap cambial reverso. A atuação simultânea visa trocar, por dólar à vista, um total de US$ 3,8445 bilhões em swaps cambiais tradicionais que expiram em outubro e que ainda não foram rolados pelo BC.
Os swaps são utilizados como instrumento para proteção para investidores.
A autoridade monetária justificou a mudança na forma de atuar no câmbio citando maior busca por liquidez no mercado à vista – e não no segmento futuro, onde tradicionalmente a demanda por “hedge” é maior e atendida pelos swaps cambiais. (G1)