‘Sabia que cedo ou tarde eu seria traída’, diz Joice Hasselmann

Foto : Plado Valadares/ Câmara dos Deputados

Após ser destituída pelo presidente Jair Bolsonaro do posto de líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que ‘sabia que cedo ou tarde” seria traída. Para ela, a traição é um “modus operandi” do governo Bolsonaro. 

“Não me sinto traída, apesar de ser uma traição clara, de quem trabalhou pelo governo, pelo presidente, de quem rodou esse país pela reforma da Previdência. Então, é claro que é uma traição absolutamente clara. Mas eu deixei também de forma muito franca que eu jamais seria a primeira a trair. Mas eu sabia que cedo ou tarde eu seria traída, porque é o modus operandi”, declarou, em entrevista ao jornal O Globo.

Joice lembra casos como o do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno, que foi uma das pessoas próximas ao presidente durante a campanha do ano passado, mas foi retirado do cargo na crise gerada pela suspeita de que o PSL fez uso de candidatura “laranja” nas eleições. Bebbiano era presidente da legenda à época.

“Todos que trabalharam muito, tiveram uma confiança dedicada ao próprio presidente em algum momento passaram por isso. Veja o caso de Gustavo Bebianno, depois o Santos Cruz, amigo de quarenta e tantos anos. Mas sigo para me dedicar ao meu mandato e a candidatura à prefeitura”, disse a deputada, ao citar também o ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Alberto dos Santos Cruz. 

Joice Hasselmann também criticou o presidente por “interferir na escolha direta de um líder sendo este líder seu filho”. Segundo a parlamentar, ao manobrar o partido para que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) assumisse o lugar de Waldir, Bolsonaro “interferiu no Poder Legislativo”, ao usar a estrutura do Palácio e a força do cargo. 

Joice também criticou Eduardo por ter se juntado com um grupo de deputados querendo “implodir o partido”. Segundo áudios vazados, Bolsonaro conversou com os deputados para que destituíssem o líder do governo na Câmara Delegado Waldir em favor do filho.  A crise fez o partido rachar entre o grupo que apoia o presidente e aqueles ligados ao presidente da sigla, Luciano Bivar. 

(Metro1)

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