O doleiro Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”, foi condenado pela Justiça Federal do Rio a 13 anos e 4 meses de prisão em regime fechado no processo da Operação Marakata, desdobramento da Lava Jato no Rio, pelo crime de lavagem de dinheiro.
É a primeira vez que Dario Messer é condenado na Lava Jato. Ele foi absolvido da acusação de evasão de divisas.
A sentença foi publicada nesta segunda-feira (17) pelo juiz Alexandre Libonati, da 2ª Vara Federal Criminal do Rio. O juiz não permitiu que Messer recorra em liberdade, e determinou a expedição de mandado de prisão após a pandemia da Covid-19.
“Nego ao réu o direito de apelar em liberdade na medida em que respondeu preso ao presente processo, inexistindo circunstâncias modificadoras do quadro fático que ensejou a prisão preventiva. Conforme já exaustivamente apreciado ao longo da tramitação, o réu dispõe de condições financeiras, possui cidadania paraguaia, esteve foragido por meses e, quando preso, portava documento falso para dificultar sua identificação e prisão.”
Messer ainda é réu em outras duas ações penais, decorrentes das operações Câmbio, Desligo e Patrón, que tramitam na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Na última quarta-feira (12), mesmo dia em que teve a delação premiada homologada, o doleiro foi reinterrogado no processo da Operação Marakata e mudou a versão dada no primeiro depoimento.
No interrogatório, pela primeira vez, Messer confessou que realmente foi o “dono” da mesa de câmbio paralelo operada pelos doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Barboza, o Tony, no Uruguai.
A operação Marakata foi realizada em setembro de 2018, e prendeu 5 pessoas de forma preventiva.
Segundo as investigações, a empresa Comércio de Pedras O. S. Ledo usou os serviços de Messer para enviar ilegalmente 44 milhões de dólares ao exterior, entre 2011 e 2017.
O Ministério Público Federal (MPF) apontou que os doleiros Juca Bala e Tony, que trabalhavam na mesa de câmbio de Dario Messer no Uruguai, abriram contas no Panamá para receber pagamentos da empresa, que vendia esmeraldas e pedras preciosas para empresários indianos.
As pedras eram extraídas de minas de Campo Formoso, na Bahia.
Segundo a denúncia, os dólares ocultos no exterior eram trazidos para Brasil, mas não eram declarados. O MPF ainda diz que o dinheiro era utilizado para pagar garimpeiros e atravessadores com os quais a empresa negociava as pedras.
As investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro apontam que o esquema de câmbio paralelo – chefiado por Messer – movimentou US$ 1,6 bilhão em operações ilegais de câmbio em 52 países. (g1)