A ênfase em questões ligadas à sexualidade compromete a função primária do ensino nas escolas, avaliou o ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro. Ele também avaliou que famílias desestruturadas fazem parte da trajetória de pessoas que têm orientação sexual LGBT.
Ribeiro lamentou o fato de que escolas “perdem tempo” falando de “ideologia” e abordando temas “como colocar uma camisinha”, já que isso diminui o tempo dedicado ao aprofundamento de outras matérias e resulta em “erotização das crianças”.
O ministro foi enfático ao declarar que discussões sobre gênero não deveriam ocorrer na escola: “Quando o menino tiver 17, 18 anos, vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser homossexual, eu respeito, mas não concordo”, afirmou, numa entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo.
“É claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião. Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, acrescentou.
Além disso, o pastor avaliou que é preciso um diálogo com professores transgêneros para que estes não influenciem os alunos “a andarem por esse caminho”, uma percepção compartilhada por grande parte da sociedade brasileira. “Tenho certas reservas”, admitiu.
Famílias
A grande mídia vem repercutindo a fala do ministro da Educação de forma pejorativa, mas a constatação de que uma família desestruturada pode influenciar negativamente a vida dos indivíduos não é nova.
Há 12 anos, o então candidato a presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que a ausência do pai era um fator comum entre pessoas envolvidas com a criminalidade, por exemplo. “Nós conhecemos as estatísticas – que as crianças que crescem sem um pai têm cinco vezes mais chances de viver na pobreza e cometer crime; nove vezes mais chances de abandonar a escola e vinte vezes mais chances de parar na prisão”, disse na ocasião.
Obama, que também cresceu sem o pai desde os dois anos de idade, fez essa declaração durante a celebração do Dia dos Pais de 2008, e criticou os pais que “abandonaram as suas responsabilidades, agindo como meninos, em vez de homens”.
Segundo informações do jornal Gazeta do Povo, o estudo “Why Marriage Matters” (“Por que o casamento é importante”, em tradução livre) aponta as crianças que vivem com seus pais casados têm mais estabilidade familiar e melhor desenvolvimento em diversos sentidos.
Essa pesquisa sobre as famílias, feita para orientar lideranças políticas e comunitárias, traz um relatório que adota certa cautela ao diferenciar o que se sabe sobre correlação, causalidade e efeitos de seleção, mas destaca que as metodologias de pesquisas estão cada vez mais rigorosas e suas conclusões apontam para a enorme importância da família em uma série de campos.
Há destaque na conclusão da pesquisa para o fato de que a família intacta, biológica e com base no casamento é “o melhor arranjo familiar para o florescimento econômico, social e psicológico das crianças”, e que o casamento é um bem social relacionado a benefícios econômicos, educacionais, à saúde e à segurança pública que ajuda as autoridades públicas a servir o bem comum”.
Gospel+ / Tiago Chagas