O ministro da Saúde Eduardo Pazuello lançou nesta semana, em Manaus, o aplicativo TrateCOV, que estimula a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada para tratamento da Covid-19. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14) pelo portal Uol.
Pazuello afirmou que o pilar da estratégia do ministério contra a pandemia é o “tratamento precoce”. No vocabulário da pasta e nos documentos oficiais, este tratamento significa a prescrição da cloroquina, entre outros medicamentos. “Diagnóstico não é do teste. Não aceitem isso. É do profissional médico. O tratamento, a prescrição, é do médico, e a orientação é precoce”, disse Pazuello. “A medicação pode e deve começar antes desses exames complementares. Caso o exame lá na frente der negativo, reduz a medicação e tá ótimo. Não vai matar ninguém”, completou
No aplicativo, o usuário sinaliza quais sintomas está apresentando e após o diagnóstico da doença é definido por uma pontuação com base nas informações passadas. Logo após, o TrateCOV sugere a prescrição de hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina. Segundo o ministério, o tratamento muda de acordo ao quadro do paciente.
Os medicamentos não têm eficácia comprovada contra a Covid-19 e são rejeitados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) para o tratamento do vírus.
O aplicativo também indica o uso do corticoide dexametasona, que é recomendado pela SBI para casos mais graves. O ministério afirma que o uso do TrateCOV poderá ser “ampliado para outras regiões do país”.
O ministério afirma que o uso do TrateCOV poderá ser “ampliado para outras regiões do país”. “A ação tem o objetivo de fornecer mais um mecanismo que dará maior segurança e agilidade no diagnóstico da Covid-19, visando reduzir o risco de internações e óbitos”, diz a pasta em nota.
Por ordem do governo federal, o Laboratório do Exército produziu mais de 3,2 milhões de comprimidos da cloroquina. Em novembro, estavam encalhadas mais de 400 mil doses. O Brasil também recebeu cerca de 3 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da farmacêutica Sandoz, mas até a metade de dezembro ainda não havia conseguido distribuir 500 mil unidades.
Ainda segundo o Uol, além da baixa procura, o fármaco foi enviado em caixas com 100 ou 500 comprimidos e precisa ser fracionado com custo repassado a Estados e municípios. (BN)