Com a pandemia e as medidas de restrição para conter a disseminação do coronavírus, a comida por delivery e as compras de supermercado pela internet foram as categorias com maior crescimento no número de consumidores no comércio eletrônico, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Diversos produtos e serviços passaram a ser adquiridos com mais frequência pela internet no Brasil, sendo que em algumas categorias o número de consumidores online explodiu.
Nos últimos 12 meses, 91% dos internautas brasileiros realizaram alguma compra pela internet , o que representa um crescimento de 5 pontos percentuais na comparação com levantamento anterior realizado em 2019. Já a quantidade média de compras no período de 1 ano aumentou de 7 vezes para 8,5 vezes.
Pandemia acelera mudança de hábitos
“Com a pandemia, tivemos setores que foram beneficiados e cresceram muito. Tivemos uma aceleração dessa mudança de hábito, de usar a internet e fazer a compra via remota, e uma antecipação eu diria de quase 20 anos. Mas o mais interessante é que já estávamos preparados para isso”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.
A pesquisa, feita em parceria com a Offer Wise, foi realizada entre os dias 30 de março e 7 de abril, somente com internautas. Ao todo, foram entrevistados 958 consumidores, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas.
No ano passado, a participação do e-commerce no faturamento total do varejo saltou para um patamar acima de 10% A expectativa é que as vendas pela internet continuem ganhando ainda maior relevância. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas online atingiram R$ 35,2 bilhões no 1º trimestre de 2021, o que representa um crescimento de 72,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O que mais cresceu
Com a maior permanência das pessoas dentro de casa e as restrições de funcionamento de bares e restaurantes, a “comida por delivery” foi a categoria que mais cresceu no país. Segundo a pesquisa da CNDL, o número de internautas que realizaram ao menos uma compra nos últimos 12 meses praticamente dobrou na comparação com 2019 (de 30% para 55%).
O segundo maior salto foi observado nas compras de supermercado, com o percentual saltando de 9% para 30%. Vale destacar que a categoria é a que possui maior peso no varejo brasileiro.
“Os hábitos vão mudando, as pessoas começam a sentir mais prazer e segurança em receber o produto na sua casa. Acredito que essa comodidade tende a continuar à medida em que as pessoas vão sentindo maior confiança”, avalia o presidente da CNDL.
Em terceiro lugar ficou a compra de cursos online (de 9,40% para 19,9%).
Outros destaques de avanço de penetração entre os internautas foram os serviços de streaming, tanto de filmes (de 26,8% para 35,9%) quanto de músicas (de 10,5% para 19%).
Entretenimento e viagens sofrem tombo
Do lado das quedas, os maiores tombos foram observados nos serviços relacionados à lazer e turismo, os mais prejudicados pela pandemia prolongada, com destaque para as compras de ingressos (de 24,5% para 4,9%) e viagens (de 21,10% para 15,10%).
A pesquisa revela as lojas físicas continuam sendo o canal preferido para as compras de produtos como alimentos e medicamentos. Produtos como eletrônicos, livros e eletrodomésticos, por outro lado são itens mais consumidos através de lojas online. Já artigos de moda/vestuário, produtos de beleza e artigos para casa não apresentam diferenças significativas. (Fonte: G1)