O baiano Hebert Conceição não soube como reagir quando nocauteou o ucraniano Oleksandr Khyzhniak e conquistou o ouro na categoria peso médio das Olimpíadas de Tóquio-2020, neste sábado (7).
Gritou, dançou, pulou e até brincou com a recomendação para que ele não falasse palavrões após as lutas.
“A gente planeja falar umas coisas, mas na hora a gente não faz nada. Fluiu”, comentou ao canal SporTV após a cerimônia de pódio. “Eu entrei em estado de choque na hora, não tinha dimensão do que estava acontecendo”, acrescentou.
O brasileiro tinha perdido os dois primeiros rounds do duelo no entendimento dos juízes e via cada vez mais certa a derrota. Porém, acertou um cruzado de esquerda que derrubou o rival e sacramentou sua vitória, de virada.
“Eu falei: ‘Agora são 3 minutos para mudar a cor da medalha’ e fui com tudo. Sabia que na trocação [de socos] era loteria, mas eu não perderia nada, estava praticamente perdida a luta para mim”, afirmou ainda à Globo.
“Eu sabia que ele seria um grande adversário, muito duro, muito sujo, me desculpe [dizer]. Mas ele atrapalha um pouco a gente trabalhar o boxe, joga muito golpe na nuca, [usa o] cotovelo… chegou uma hora que eu tentei ser sujo também, porque não tinha mais o que fazer”, analisou sobre o duelo.
O baiano fez um longo agradecimento a diversas pessoas e instituições envolvidas de alguma forma na sua vitória. Lembrou de familiares e amigos, do Comitê Olímpico do Brasil e da Marinha (que o apoia), dos treinadores antigos e dos atuais.
Também mencionou a pandemia, que assolou não só o Brasil, mas todo o mundo, deixando mais de 4,27 milhões de mortos em todo o planeta.
Finalmente, pediu festa por sua conquista, mas com responsabilidade.
“Bora ‘Baêa’ minha porreta”, brincou. “Quero recepção no aeroporto, mas sem aglomeração, pelo amor de Deus”, completou.