A aliança entre o PP e o presidente Jair Bolsonaro foi minimizada nesta quarta-feira, 18, pelo ex-presidente Lula (PT), que afirmou crer em um rompimento próximo entre o chefe do Executivo nacional e Ciro Nogueira, presidente nacional licenciado da legenda e atual ministro da Casa Civil.
“Eu não sei por quanto tempo o Ciro [Nogueira] ficará com Bolsonaro. Não tenho nenhuma certeza. Acredito que esse casamento será mais curto do que se imagina”, declarou o petista em Teresina (PI), segunda parada na viagem pelo Nordeste.
O ex-presidente também sinalizou que trabalhará para ter integrantes do PP no seu palanque em 2022. Na próxima semana, ele janta em Salvador com o vice-governador João Leão (PP), aliado do governo Rui. Nos últimos dias, Lula conversou com líderes do partido em Pernambuco. No Nordeste, o PP também é aliado dos governos do Maranhão, Ceará e Sergipe.
Ex-aliado político de Lula e Dilma Rousseff (PT), Nogueira tem reafirmado seu apoio a Bolsonaro e descarta conversas com petistas. Pré-candidato ao governo do Piauí, ele rompeu no ano passado com o governador Wellington Dias (PT).
No entanto, para Lula, o presidente licenciado do PP representa para Bolsonaro o mesmo que o ex-senador Jorge Bornhausen foi para o ex-presidente Fernando Collor. Bornhausen foi nomeado para a Secretaria de Governo de Collor em 1992 com a tarefa de comandar a articulação política em meio à crise política que culminou no impeachment do então presidente.
“O Bolsonaro levou Ciro [Nogueira] para o governo como se fosse um deus para salvar a articulação política dele. Eu quero dizer que um governo que se comporta como o presidente Bolsonaro não terá sustentação no processo eleitoral ”, afirmou Lula. (A Tarde)