Advogado diz que Luisa Mell irá à Justiça após cirurgia sem autorização: ‘Pior que estupro’

Foto: Reprodução

Luisa Mell vai processar o médico que fez uma lipoaspiração em suas axilas sem autorização. Segundo a ativista, ela foi a um dermatologista para fazer um tratamento a laser e o médico aproveitou que ela estava anestesiada para retirar a gordura do local.

“Ele disse: ‘te dei de presente uma lipoaspiração nas axilas. Você tinha muita gordura, não dava’. Sim, ele fez uma cirurgia estética em mim sem minha autorização. Me senti violentada. Fora que eu não precisava. Amava meu corpo. Me deixou com cicatrizes, deformou minhas axilas e queimou também o meu pescoço. Comecei terapia, comecei tomar remédio, mas mesmo assim está muito difícil lidar com isto”, contou Luisa à época.

O caso agora vai à Justiça. Em entrevista ao portal UOL, o advogado de Luisa, Angelo Carbone, disse que o ato de violência médica foi “pior que um estupro” e que o processo pedirá uma indenização milionária.

“Ambos a violaram enquanto estava anestesiada e deram sequência a práticas e procedimentos não autorizados, que acumularam prejuízos estéticos irreversíveis. Um verdadeiro crime”, disse o advogado.

Segundo Carbone, serão pedidos 5 milhões de indenização. O advogado disse ainda que entrará com uma segunda ação para investigar se o ex-marido da ativista teria alguma relação com o caso.

“Se o marido participou de todo o processo da decisão, ele também precisará responder por isso na Justiça”, afirmou.

No final de setembro, Luisa Mell entrou com medida protetiva de urgência contra o ex-marido Gilberto Zaborowsky. Além de não poder se aproximar da ativista, ele também está proibido de manter contato com a ex-mulher e a ex-sogra.  O casal anunciou a separação em julho deste ano.

Abusos
Neste domingo (10), Luisa Mell fez um longo desabafo sobre violência doméstica em suas redes sociais. Ela disse que durante seus 10 anos de casamento, sofreu todos os tipos de abusos psicológicos e emocionais.

“Sempre que lemos notícias de mulheres abusadas, imaginamos isso com as outras, nunca dentro da nossa casa. Infelizmente, violência contra a mulher é uma cultura. Coloca-se o estuprador como vítima, pois ‘a mulher provocou’, coloca-se o agressor como inocente, pois ‘a mulher mereceu apanhar’. E agressão também se faz com palavras, atitudes e manipulações e nem sempre quem está presa em um relacionamento abusivo percebe isso. Eu sou uma dessas mulheres”, admitiu.

Ela continuou: “Muitas vezes, pensava em sair de casa, mas ia ficando. Questionava se não era eu a louca, como ele sempre afirmava quando eu tentava resistir aos abusos, se tudo aquilo realmente acontecia sem conseguir enxergar o relacionamento abusivo que sofria estando dentro dele. Me perguntava se não deveria aguentar tudo aquilo pelo meu filho. E em nome das minhas inseguranças e por acreditar que ele me amava, segui por anos sofrendo todos os tipos de abusos psicológicos e emocionais dentro de casa. Muitas mulheres, como eu tive, tem dificuldades de se ver como vítima, de enxergar o relacionamento abusivo e violento, de sermos incompreendidas na justiça e em nossa família. A vergonha de expor nossa privacidade e sermos desacreditadas, a falta de ter para onde ir, o medo do que pode acontecer com os filhos, nos faz ficar.”

Luisa disse ainda que, após criar coragem para denunciar o agressor, passou a receber ameaças. “Fica o medo depois da vingança, da retaliação. Ficam as ameaças! E comigo, não está sendo diferente. Agora que criei coragem de sair, de denunciar e falar sobre o assunto, estou sendo vítima de uma verdadeira organização criminosa financiada pelo meu ex-marido para destruir a minha reputação. Financiando jornalistas sensacionalistas que estão a venda, munindo pessoas sobre nossa intimidade como casal, estão criando todos os tipos de mentiras para me atacar. Sem escrúpulo algum e no momento mais frágil da minha vida”, afirmou.

A ativista finalizou dizendo que espera que seu caso sirva pelo menos para ajudar outras mulheres. “Eu sou forte e vou lutar, mesmo não tendo todo o poder e dinheiro dele, mesmo me sentindo violentada por essas pessoas, mesmo tendo sido mutilada desacordada e contra minha vontade. Que a minha voz ecoe e ajude outras mulheres a se levantaram, a denunciarem a violência. Não podemos estar sozinhas!”

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