A Cia Baiana de Patifaria, um dos grupos de teatro mais tradicionais da Bahia, anunciou que, após quase 35 anos de história, vai encerrar as atividades. O anúncio foi feito pelo ator e diretor Lelo Filho, através das redes sociais, na terça-feira (30).
“Hoje, 30 de novembro de 2021, a caminho de 35 anos de trajetória da Cia, estamos fechando esse longo ciclo de nossa trupe”, escreveu.
O grupo, sediado em Salvador, levou ao público espetáculos como A Bofetada, Noviças Rebeldes e Abafabanca.
Na postagem, Lelo filho detalhou que o fim da companhia ocorreu por falta de incentivos. Destacou ainda que o grupo não teve projetos recentemente aprovados em editais.
“Entraremos para a lista de companhias de teatro que não conseguiram passar em nenhum edital recente da Lei Aldir Blanc, nem pelo município e nem pelo estado. Assim como não aprovaram nenhum projeto quando estávamos completando 30 anos em 2017, naquele ano foram 6 negativas de projetos nossos. Estamos na lista de grupos de teatro que, por possuir sede, tiveram ou terão que encerrar suas atividades. Não houve quem tivesse conseguido salvar sedes de grupos artísticos, espaços culturais e, até mesmo, teatros que a cidade perdeu no último ano e meio”, escreveu.
O ator e diretor lamentou e disse que o encerramento das atividades do grupo era um dos dias mais tristes nos seus quase 40 anos de teatro, 35 deles dedicados a
Hoje é, com toda certeza, um dos dias mais tristes nesses meus quase 40 anos de teatro, quase 35 deles dedicados à Cia. Esse texto é um desabafo? Não, não há espaço em redes sociais suficiente para isso. É a forma que eu encontrei de agradecer a cada talento, dentro e fora do palco, que integrou nossa trupe ao longo desse tempo em nossas 8 montagens. Meu agradecimento ao público que acompanhou nosso trabalho em quase 70 cidades do país e, em especial, ao de Salvador. Aos amigos e amigas que ajudaram tanto em nossa ‘vaquinha virtual’ durante a pandemia e que nos trouxeram até aqui, tentando resistir. Meu agradecimento mais que especial à equipe fixa de produção que me abraçou nos momentos mais difíceis e estará comigo para desmontar a sede e doar nosso acervo. Obrigado. (G1)