Os pacientes com diarreia, febre, vômito e outros sintomas que apontem para uma infecção por norovírus devem procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades de Saúde Básica (UBS) do município para que haja uma avaliação médica e receba orientações adequadas sobre a doença.
A recomendação é da infectologista Adielma Nizarala, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador. Ela explica que, apesar de não haver um tratamento específico para a infecção, o atendimento médico é essencial e através dele será possível a prescrição de medicamentos, por exemplo.
“O paciente normalmente procura atendimento por sintomas diversos e só na consulta médica há uma suspeita clínica mais direcionada para determinada doença”, diz a profissional.
Causado por um vírus de alta capacidade infecciosa e que apresenta um grau resistente, o quadro tem sido frequente num número maior de soteropolitanos.
Uma análise do laboratório de virologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) identificou que, entre o fim de abril e a primeira semana de maio, das 35 amostras colhidas ao menos 15 testaram positivo, apontando uma prevalência de quase 43%.
Além de diarreia intensa e não sanguinolenta, vômitos e febre alta, pessoas com o norovírus costumam sentir dores abdominais e dores de cabeça. Eles se manifestam normalmente 24 a 48 horas após a infecção e duram em torno de 1 a 3 dias. É possível transmitir o vírus para outras pessoas até 2 dias após o desaparecimento dos sintomas.
Assim como outras viroses, a rotina de cuidados durante a recuperação inclui repouso, hidratação e uma boa alimentação.
Para evitar a transmissão, a médica da SMS afirma que alguns cuidados precisam ser tomados: “Deve-se lavar as mãos antes e após ir ao banheiro e antes de manipular os alimentos (frutas e verduras), desinfectar objetos e superfícies que estão potencialmente infectadas, assim como evitar compartilhar toalhas e evitar consumir alimentos crus e não lavados. Além disso, se em contato com a pessoa infectada, evitar colocá-las na boca, nariz ou olhos, pois correspondem à porta de entrada do vírus”.
Por não ser de notificação obrigatória, não há uma vigilância obrigatória para o vírus na capital baiana. “O que a vigilância acompanha é o número de casos de doenças diarreicas. Caso se observe um aumento do número de casos de diarreia, passa-se a investigar a causa. Nessa investigação são pesquisados inclusive as causas infecciosas. E assim, acaba se identificando possíveis vírus circulante”, diz Nizarala.
Segundo Nizarala, apesar da análise da UFBA, não há aumento do número de casos de doenças diarreicas ou notificações realizadas nas unidades de saúde do município. (BN)