O dólar tinha leve queda frente ao real nos primeiros negócios desta quarta-feira (7), em linha com o exterior, mas com os investidores ainda cautelosos antes da votação da PEC da Transição no plenário do Senado e à espera da decisão de política monetária do Banco Central.
Às 9h14 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,23%, a R$ 5,2590 na venda.
Na B3, às 9h14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,19%, a R$ 5,2820.
Na véspera, em uma sessão volátil, o mercado fechou com alta da Bolsa, queda dos juros futuros e ligeira valorização do real.
O dólar comercial caiu 0,24%, a R$ 5,2690. O índice Ibovespa, parâmetro para as ações negociadas na Bolsa de Valores, subiu 0,72%, aos 110.188 pontos.
O avanço no Senado do texto da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição foi o principal destaque nas discussões entre analistas do mercado.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou a PEC da Transição pelo prazo de dois anos com impacto fiscal de R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família —R$ 30 bilhões a menos que o apresentado pelo relator.
A PEC também prevê mais R$ 23 bilhões para investimentos fora do teto de gastos em caso de arrecadação de receitas extraordinárias. Na prática, a proposta eleva o gasto extrateto para R$ 168 bilhões.
No exterior, os mercados de ações fecharam predominantemente negativos. O índice S&P 500, que é parâmetro para a Bolsa de Nova York, caiu 1,44%. O indicador Nasdaq, que reúne empresas de médio porte do ramo de tecnologia e é mais sensível à expectativa de persistência da inflação e de alta dos juros, perdeu 2%.
Cresceu nos últimos dias a percepção entre investidores de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) manterá a taxa de juros de referência para o país em patamar considerado elevado (acima de 4% ao ano) e isso vem alimentando temores de que haverá recessão.
A explicação para isso pode ser interpretada como contraditória, mas é justamente a força da economia americana que provoca essa ameaça de recessão no futuro.
O Fed vem subindo juros desde o início do ano para frear uma inflação histórica e os efeitos esperados dessa medida são a redução do consumo e da oferta de empregos (fazendo com que os salários parem de subir). Mas isso está ocorrendo de forma lenta e, por isso, o aperto à oferta de crédito deverá ser mantido por mais tempo.
A preocupação quanto ao efeito da alta dos juros sobre a economia americana foi apontada por analistas como um a das razões para que, pela primeira vez desde janeiro, a cotação do barril do petróleo Brent recuasse para menos de US$ 80.
Há ainda outro motivo que pressiona para baixo o preço do petróleo. Em nova rodada de sanções econômicas contra a Rússia, a União Europeia, apoiada pelo G7 e pela Austrália, fixou um limite de US$ 60 (R$ 315) por barril para que os navios transportadores de petróleo russo pudessem contratar seguros e outros serviços das empresas do bloco europeu. O produto russo tem sido exportado por cerca US$ 65.
O valor do petróleo Brent é referência para os preços praticados pela Petrobras.
A estatal anunciou que reduzirá nesta quarta (7) os valores da gasolina e do diesel vendidos por suas refinarias. A gasolina cairá 6,1% para o menor valor desde o fim de setembro de 2021. O preço do diesel será reduzido em 8,2%.
As ações preferenciais da companhia, as mais negociadas da empresa na Bolsa brasileira, passaram a cair após o anúncio, mas voltaram a subir com o mercado mais otimista após a aprovação da PEC e terminaram a sessão com leve alta de 0,08%. (Política Livre)