Um homem foi agredido com socos e pontapés na última quinta-feira (11), no centro da cidade Itabuna, no sul da Bahia. Ele foi atacado um homem que é suspeito de perseguir a esposa da vítima, a criadora de conteúdo Esther Vasconcelos, há sete anos.
A agressão recente ocorreu quando o casal estava na porta de uma loja. Imagens divulgadas por Esther mostram o momento em que o suspeito, com quem ela ressalta não conhecer, nem ter tido qualquer envolvimento amoroso, se aproxima e profere ofensas aos dois.
“Ela é minha mulher. Qual é a cor da sua pele, seu branquelo? Seu macaco!”, dizia o homem enquanto agredia o parceiro da influenciadora.
As imagens mostraram que o marido da jovem tentou reagir com um capacete nas mãos. O casal prestou queixa na delegacia e depois foi à uma unidade de saúde, já que o pé da vítima ficou inchado. Esther também mostrou como a camisa do marido foi rasgada após o ataque.
“São sete anos sendo perseguida, ameaçada de morte, de estupro, etc. Lutando por justiça há sete anos e a Justiça fazendo pouco caso, esperando eu virar mais uma na estatística de feminicídio”.
Histórico de perseguição
Segundo Esther, a perseguição teve início em 2017. “Eu tinha que passar pela ponte, voltar do trabalho, e ele pediu para ficar comigo. Puxou meu braço e eu mandei ele ‘se respeitar’. Eu tinha 15 anos na época”, relatou a jovem em 2021, quando tornou o caso público.
À época, ela também destacou que as agressões pioraram em 2019, quando começou a namorar seu atual marido. O agressor usou a relação inter-racial dos dois — Esther é negra e seu marido, um homem branco — para acusá-la de racismo.
“Foi quando ele disse que eu era racista, por estar com uma pessoa branca e não com um negro. A partir daquele dia, ele começou a me perseguir. Eu andava com meu esposo, ele me ameaça de estupro e de morte”, contou.
O medo fez a jovem deixar o emprego que tinha e evitar até sair de casa. Mas ela conta que o suspeito também utilizava as redes sociais para cometer os crimes.
O homem também agrediu a mãe da jovem, Elessandra Vasconcelos. A mulher teve ferimentos na boca e no cotovelo ao tentar defender a filha quando viu agressor cercando Esther na rua.
Foi após esse episódio que a Justiça concedeu uma medida protetiva às duas, em abril de 2021. O pedido foi feito pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do município e deferido pelo juiz Murilo Staut. (G1)