O Senado Federal discutiu, nesta segunda-feira,(17), a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe a assistolia fetal, procedimento para interrupção da gestação após 22 semanas de gravidez.
A abertura da sessão, no entanto, começou com uma encenação do procedimento que gerou polêmica na web, essa encenação de um feto chorando no plenário do Senado irritou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Veja aqui.
Ações como essa, além do uso de réplicas de fetos e da criação de projetos de lei para que gestantes que procuram serviços de aborto legal ouçam os batimentos cardíacos do feto, sujeitam mulheres e meninas que passaram por violência sexual a mais sofrimento.
A encenação e simulação de um aborto por uma contadora de histórias irritou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O senador assistiu à sessão pela televisão e ficou incomodado com o que viu. Pacheco teria demonstrado irritação pelo fato de o plenário ter sido usado como “teatro”.
A irritação do presidente do Senado também ocorreu pela “falta do contraditório”. Pacheco teria se incomodado ainda pela ausência da bancada feminina do Senado na sessão de debates que ocorreu na segunda-feira. Dos 17 convidados para a audiência no plenário da Casa, 15 se posicionaram contra o procedimento.
Estratégias como a encenação e o uso de réplicas de feto revitimizam mulheres que passaram por violência sexual. Para a presidente da Comissão do Observatório Eleitoral da OAB-SP, Maíra Rechhia, o episódio reflete ações de violência parlamentar.
“Propor um projeto de lei é uma função inerente a um parlamentar, mas o que aconteceu foi o fomento à discriminação entre gênero, a promoção de tratamento desumano e degradante”.
A advogada classifica o episódio como incitação à violência legislativa. “A postura de hoje configura quebra de decoro parlamentar porque é desprovida de qualquer compromisso com a ética e a verdade. É uma encenação com o objetivo de causar tumulto na sociedade.”
Fonte: Uol