Noah Lyles correu com Covid-19 a final dos 200m, nesta quinta-feira, em Paris. Mesmo com sintomas, o americano conquistou o bronze, mas terminou a prova ofegante e precisou do auxílio de cadeira de rodas para deixar a pista. Ouro nos 100m, a prova mais nobre do atletismo, o campeão buscava a dobradinha. Antes de entrar na pista, o velocista chegou a aparecer usando mascara, mas fez a prova sem o acessório e cumprimentou os adversários ao final.
O velocista norte-americano revelou em uma entrevista à NBC que acordou na terça-feira sentindo-se mal e mais tarde recebeu o diagnóstico.
– Tentei aguentar dia após dia, hidratar, colocar em quarentena o máximo possível – disse Lyles à NBC.
Lyles completou a prova nesta quinta com o tempo de 19.70 segundos. Nos últimos 50 metros, o campeão Letsile Tebogo, do Botsuana, acelerou e o americano não conseguiu acompanhar, já parecendo cansado. Ao cruzar a linha de chegada, o jovem de 27 anos se mostrou extremamente ofegante. Tebogo fechou a prova em 19s46 e o americano Kenneth Bednarek em 19s62, para garantir a prata.
Foto: Richard Heathcote/Getty Images
Se Lyles estava se sentindo mal, ele não demonstrou antes da corrida. Com seu carisma habitual. ele aqueceu acenando com o braço e pedindo à multidão que fizesse ainda mais barulho. Quando foi apresentado, ele foi para a pista pulou a barreira e saltou por cerca de 25 metros, assim como fez antes da vitória dos 100m.
Diferente das Olimpíadas de Tóquio, cheia de protocolos para a Covid-19, Paris 2024 não tem nenhum protocolo para casos de Covid-19. Cabe a equipe do atleta decidir se ele tem condições ou não de competir.
O americano venceu todas as corridas de 200 metros que disputou entre a final das Olimpíadas de Tóquio e a semifinal de quarta-feira, quando começou devagar e terminou em segundo lugar.
Noah Lyles tentava se tornar o primeiro homem desde Usain Bolt em 2016 a completar uma dobradinha nos 100m e 200m no atletismo dos Jogos Olímpicos.
Na infância, o americano passou por problemas respiratórios relacionados a asma grave, frequentemente passando noites no hospital viciado em um nebulizador. Ele chegou a ter crises quando adulto, mas nunca afetaram de forma significativa seu desempenho nas competições. (GE)