Galípolo afirma que juros permanecerão ‘mais altos por mais tempo’

Próximo presidente do Banco Central aponta para política monetária mais restritiva diante do cenário econômico atual

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado para assumir a presidência da instituição em 2025, destacou nesta segunda-feira (2) a necessidade de manter os juros elevados por mais tempo, devido ao dinamismo econômico e à desvalorização da moeda brasileira.

A declaração foi feita durante um evento organizado pela XP Investimentos, em São Paulo.

Para Galípolo, o cenário atual exige uma política monetária mais contracionista. Ele justificou o movimento como “lógico”, considerando o impacto da conjuntura econômica:

“A progressividade da política fiscal deste ano colocou mais dinheiro nas mãos de consumidores com maior dinamismo”, disse, referindo-se ao aumento no consumo que pressiona a inflação.

Expectativas de inflação preocupam

Ao abordar a questão inflacionária, Galípolo apontou que as expectativas de inflação permanecem altas, refletindo um sentimento de desconfiança do mercado em relação à atuação do Banco Central:

“As expectativas estão altas porque o mercado entende que o BC não vai fazer o suficiente”, explicou.

Reconhecimento à equipe atual e aos apoiadores

O diretor também comentou sobre a equipe do Banco Central, afirmando estar satisfeito com os atuais diretores e agradecendo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Fazenda Fernando Haddad, e ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, pelo apoio e confiança.

A fala de Galípolo reforça os desafios da política econômica brasileira no próximo ano, especialmente na busca por equilíbrio entre crescimento econômico e controle inflacionário.

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