IBGE lança mapa-múndi com Brasil ao centro e destaca blocos do Sul Global

Nova representação geográfica evidencia BRICS, Mercosul, CPLP e bioma amazônico; medida reforça posicionamento do Brasil no Sul Global e gera controvérsias

Foto: Reprodução

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma nova versão do mapa-múndi com o Brasil no centro da projeção, em um modelo conhecido como “mapa invertido”. A proposta é simbólica e busca destacar o papel do país e de seus aliados estratégicos no contexto do Sul Global.

A nova representação dá ênfase a blocos e territórios considerados prioritários pela atual gestão do instituto, como os países do BRICS, do Mercosul, os de língua portuguesa (CPLP) e os que fazem parte do bioma amazônico.

Cidades brasileiras com relevância em fóruns internacionais também foram destacadas, como o Rio de Janeiro, sede do BRICS, Belém, que receberá a COP 30 em 2025, e o Ceará, apontado como sede do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global.

Apesar do objetivo geopolítico do novo mapa, a medida ocorre em meio a uma crise interna no IBGE. O presidente do órgão, Marcio Pochmann, tem sido alvo de críticas por parte do corpo técnico da instituição. Em janeiro deste ano, mais de 600 servidores assinaram uma carta aberta denunciando práticas autoritárias e o que classificam como tentativa de politização do instituto.

A situação se agravou após Pochmann afirmar publicamente que servidores críticos à sua gestão estariam “mentindo”, o que acirrou o clima entre a direção e os técnicos do IBGE. O instituto é responsável por dados cruciais para o país, como o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação oficial, além do Censo Demográfico.

O lançamento do mapa gerou repercussão dividida: enquanto alguns setores defendem a valorização da perspectiva geopolítica do Sul Global, outros temem que o gesto simbólico contribua para a percepção de aparelhamento político e enfraquecimento técnico do IBGE.

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