A tradicional “Guerra de Espadas” durante as festas juninas divide opiniões na Bahia. Durante as noites de junho e início de julho, ruas se transformam em “campos de batalha” onde espadeiros acendem fogos de artifício e simulam combates.
A “Guerra” acontece tradicionalmente durante as festas juninas, com um artefato que é uma variação mais potente dos tradicionais buscapés, feitos de bambu, pólvora e limalha de ferro.
Desde 2017, fabricar, possuir e soltar as espadas é crime com pena que pode chegar até seis anos de prisão. No entanto, alguns adeptos da guerra e moradores são contra a suspensão da atividade.
O Corpo de Bombeiros também alerta para o perigo da produção das espadas, que é artesanal e feita muitas vezes em locais improvisados como barracões e depósitos.
Tradição desde a década de 30
A Associação Cultural de Espadeiros de Senhor do Bonfim, cidade do norte da Bahia, estima que cerca de sete mil pessoas participem da guerra de espadas todos os anos na cidade.
Na década de 40, o festejo era familiar e doméstico, já nas de 60 e 70, passou a fascinar o público pela qualidade das espadas. Nos anos 80, a prática se tornou um “espetáculo” exibido para um público mais amplo.
Cronologia da proibição
- Em 2003, foi instituído o Estatuto do Desarmamento. Com isso, a proibição da guerra de espadas se baseou no Artigo 16, que trata da posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Desde então, o Ministério Público acompanha a situação da guerra de espadas.
- A partir de 2015, o órgão estadual expediu recomendações com restrições sobre as espadas.
- A proibição da tradicional “guerra de espadas” foi determinada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em 2017.
- Já em 2018, o Ministério Público Estadual recomendou ao município de Senhor do Bonfim, que não promova ou coopere com a soltura da guerra de espadas, prática onde fogos de artifício, semelhantes a pequenos foguetes, são utilizados como espadas.
Fonte: g1