Uma advogada foi autuada pelos crimes de injúria e injúria racial por ofender uma mulher durante uma audiência de conciliação que acontecia no Fórum de Castelo, no Sul do Espírito Santo, na última terça-feira (12). A advogada negou os crimes. Segundo o boletim de ocorrência, a advogada de 34 anos chamou a vítima, Maria Aparecida de Oliveira Viana, de “favelada, pobre, preta e mau pagadora”. Após as ofensas, a própria mediadora da audiência acionou a polícia.
“Nunca pensei que a cor da minha pele fosse…estou me sentindo muito humilhada, muito mal”, disse a mulher, chorando ao G1. Maria afirma que ela comprou o aparelho em dezembro do ano passado em uma loja de colchões pelo valor de R$ 1800,00, mas o kit chegou rasgado.
A partir de então, ela passou a cobrar a troca do objeto. O que não ocorreu. Mensagens de um aplicativo de mensagens mostram a conversa entre ela e o vendedor na tentativa de solucionar o problema. Mas a troca do produto nunca ocorreu. No caso, a advogada representava a empresa fornecedora do produto, a Fisioflexlife, sediada na Serra, na Grande Vitória.
“De acordo com o relatado perante a autoridade policial, se tratam de ofensas de cunho pejorativo e preconceituoso relacionado à raça, a cor, a etnia e origem da vítima. Configurando vultosa violação à honra subjetiva dela”, afirmou o advogado da vítima, João Helio Libardi.
O Fórum da Comarca de Castelo explicou, em nota, que “o ato foi suspenso a partir do momento em que verificou-se a conduta inadequada de uma das partes, sendo determinado, de imediato, a condução das pessoas envolvidas até a autoridade policial para que fosse lavrado o respectivo Boletim de Ocorrência’.
A advogada, que chegou a ser levada para a delegacia, responderá pelos crimes em liberdade. Ela negou que tenha ofendido a vítima e disse que participou da audiência para representar a empresa e que, no Fórum, Maria alegou “ser preta, pobre e favelada e que não poderia pagar a empresa, que não aceitaria a devolução do produto, mas parcelaria a dívida.
Segundo a advogada, ela fez um boletim de ocorrência por calúnia, defendendo que as acusações contra ela são mentirosas. O registro da profissional na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está suspenso. De acordo com a advogada, ela pediu licença para tratar uma doença. A Ordem vai analisar o caso no Tribunal de Ética e Disciplina (TED). (BN)