Alunos do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, fizeram um protesto na instituição na manhã desta quinta-feira (7). A manifestação começou após a chegada de um dos professores denunciados por assédio sexual.
O professor que foi até o colégio nesta quinta-feira leciona matemática. Além dele, um professor de educação física também foi acusado de assediar alunas com idades entre 15 e 17 anos.
Os dois educadores foram afastados das funções e um processo de sindicância foi aberto para apurar os fatos, conforme informou a Secretaria Estadual de Educação (SEC).
O advogado das alunas, Helder Matos, relata que apesar da sindicância ter sido aberta, os professores ainda não foram intimados.
Durante o protesto, os alunos se recusaram a entrar na instituição para assistir as aulas e pediram que o professor se retirasse do colégio.
Entenda o caso
Ao menos oito adolescentes, com idades entre 15 e 17 anos, que estudam no colégio estadual de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, denunciaram os dois professores por assédio sexual.
De acordo com o advogado das adolescentes, Helder Matos, elas denunciaram os caso para a direção do colégio no dia 23 de março e relataram que os assédios começaram no início deste ano. Os professores teriam convidado elas para sair, beber, além de escrever comentários nas redes sociais das garotas as chamando de gostosas. Ele também teriam enviado de “emojis” com corações.
“Fizeram acusações de que os professores ficam tentando aliciar, falavam palavras do ponto de vista depreciativo, com cunho sexual, inclusive um deles chamando as meninas de ‘gostosa’, etc. Eles ficam, segundo elas, com olhares maldosos nas regiões íntimas, seios e tudo mais”, relata Helder Matos.
“Ficam convidando algumas delas a beber álcool, sair juntos, mandando corações nas redes sociais. Fazem comentários intimistas no direct delas”, completa o advogado.
Após denúncia das estudantes, os advogados entraram em contato com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) para acionar a Justiça.
“Não é apenas uma, são oito meninas que vieram até mim. Elas são do turno matutino, do primeiro ano, com idades entre 15 e 17 anos, que também alegaram que outras meninas do turno vespertino passam pela mesma situação”, revela.
O Ministério Público estadual informou que instaurou procedimento de notícia de fato para acompanhar o caso. O órgão também oficiou o Conselho Tutelar e no momento está no aguardo de novas informações para decidir quais medidas cabíveis serão tomadas no âmbito criminal e de proteção às adolescentes.
A Secretaria de Educação informou que além de afastar os professores, a direção da unidade escolar fez o acolhimento das estudantes, dialogou com as famílias e coletou os depoimentos.
A SEC também afirmou que vai prestar informações sobre as medidas adotadas em audiência com o Ministério Público. (G1)