Cedendo a pressões da militância LGBT, a gigante multinacional Amazon decidiu banir os livros do escritor Joseph Nicolosi, que aborda temas relacionados ao abandono da homossexualidade.
Apelidado pejorativamente de “pai da terapia de conversão” – uma versão norte-americana do igualmente famigerado apelido “cura gay” – Nicolosi está no centro do que vem sendo visto como um movimento de censura ao pensamento cristão sobre homossexualidade.
Uma campanha intensa que durou meses foi feita por militantes LGBT pedindo que a empresa parasse de vender livros de Nicolosi, um psicólogo clínico e autor católico que morreu em 2017.
De acordo com informações do portal The Christian Post, Nicolosi escreveu vários trabalhos sobre a homossexualidade masculina e abordagens terapêuticas para pessoas com atração pelo mesmo sexo.
Através de uma petição da plataforma Change.org, com mais de 80 mil assinaturas, os ativistas atraíram atenção da Amazon com seu pedido, alegando que o autor pretendia “curar” homossexuais.
No entanto, há quem considere a decisão da Amazon hipócrita, já que há outros materiais polêmicos com os quais eles continuam a lucrar. Daren Mehl, presidente da Voice of the Voiceless afirma que o termo “terapia de conversão” é “manipulador” e foi inventado por grupos de lobby LGBT como um “espantalho”, já que não se faz uso de métodos abusivos na psicologia.
“A verdade é que a orientação sexual é fluida, e pode-se experimentar uma mudança nos desejos de atração sexual da atração pelo mesmo sexo à atração pelo sexo oposto. Enquanto o lobby LGBT tem milhões de dólares à sua disposição para ofuscar a verdade e influenciar a cultura, nenhuma quantia de dinheiro pode mudar a verdade “, salientou Daren Mehl.
A censura
O caso de Nicolosi não é o único. A empresa também negou ao escritor David A. Robinson a oportunidade de vender seu livro na plataforma em que ele compartilha sua história pessoal de deixar a homossexualidade. O livro curto de Robinson, Orientação e Escolha: A Viagem Sexual de Um Homem, foi vendido na Amazon por quase um ano antes de ser removido na semana passada.
Um caso parecido já ocorreu no Brasil: a Avon baniu os livros do pastor Silas Malafaia de seu catálogo de variedades após uma intensa pressão da militância LGBT.
Quando Robinson, que é um advogado e católico, questionou os motivos do banimento, um representante da Amazon informou-o por e-mail que durante uma revisão eles acharam que seu trabalho estava “violando nossas diretrizes de conteúdo”, mas não explicavam por que seria censurável.
“Seu desejo de remover livros de psicólogos não mudará a verdade. Banir livros de nossas histórias de vida é em vão, nós ainda existimos, e ainda falaremos das boas obras de Jesus”, disse Daren.
O presidente da Voice of the Voiceless acrescentou que, embora nunca tenha passado por nenhum dos modelos específicos de aconselhamento de Nicolosi, leu alguns de seus livros, alguns dos quais articularam notáveis paralelos com sua própria jornada e explicaram algumas de suas experiências de vida.
Rod Dreher, um autor cristão, classificou a postura da Amazon como uma prévia do que vem pela frente: “É apenas uma questão de tempo para que os ativistas LGBT comecem a atacar qualquer livro que contradiga sua ideologia – porque agora a Amazon mostrou que vai sofrer. Você não precisa concordar com as teorias de Nicolosi para ficar alarmado com o que a Amazon fez aqui”, escreveu ele no blog no The American Conservative.
Dreher observou que a Amazon ainda vende livros como Mein Kampft, de Adolf Hitler, o livro do supremacista branco David Duke sobre o comunismo, assim como a obra de Grover Furr, um apologista de Joseph Stalin. Para quem afirma que o trabalho de Nicolosi não é científico e, portanto, não deveria ser vendido, essa não é uma desculpa válida, opinou Dreher, já que a plataforma também vende livros sobre cura de doenças pela terapia com cristais.
“O que será necessário para despertar as pessoas para o poder que esses fanáticos ativistas LGBT afirmam sobre a liberdade de expressão e questionamento? Onde isso impede sua censura?”, ele perguntou.
O teólogo Denny Burk, professor do Boyce College, em Kentucky (EUA), enfatizou que, embora não seja admirador do trabalho de Nicolosi, a ação da Amazon foi “arrepiante” porque, ao fazê-lo, “estabeleceram o precedente para proibir cristãos ensinando sobre sexualidade a partir dos livros que eles vendem em sua plataforma”.
“O cristianismo sempre ensinou que Jesus salva e santifica os pecadores – o que significa que o Evangelho nos ajuda a mudar, mesmo em nossos desejos sexuais desorientados”, disse Burk.
“Os revolucionários sexuais costumavam nos perguntar: ‘Como o meu casamento gay faz mal a você?’ Bem, é assim: eles passaram de ‘viva e deixe viver’ para ‘aceitem nossa imoralidade sexual ou vamos atormentar você acusando-os como causa da morte de pessoas gays’. É uma calúnia e uma mentira, mas é aí que estamos”.
No entanto, além do movimento da Amazon para apaziguar a militância LGBT, Daren Mehl expressou desapontamento por também ter observado que alguns cristãos professos rejeitam a terapia da fala por atrativos sexuais indesejados, como se fossem heresia, já que tal aconselhamento não é suficientemente “bíblico” como eles o veem.
“Esses mesmos crentes não perseguem os oncologistas com o mesmo zelo que fazem com os psicólogos. Um lida com a cura do corpo, o outro com a cura da mente. Há uma infinidade de escrituras que falam para renovar nossas mentes e tomar cada pensamento cativo e submetendo-o a Cristo”, concluiu.
Por Tiago Chagas – Gospel +