Anvisa aprova medicamento inédito para Alzheimer que pode retardar progressão da doença

Donanemabe, da farmacêutica Eli Lilly, atua na redução de placas beta-amiloides no cérebro e será indicado para fases iniciais do Alzheimer

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (22), o uso do donanemabe no Brasil — um tratamento inédito para Alzheimer que promete retardar a progressão da doença em suas fases iniciais.

Comercializado sob o nome de Kisunla, o medicamento é produzido pela farmacêutica americana Eli Lilly e é indicado para adultos que apresentam sintomas iniciais da doença, como comprometimento cognitivo leve ou demência em estágio leve, sempre com confirmação da patologia amiloide.

O donanemabe é um anticorpo monoclonal aplicado por via intravenosa, em doses mensais. O medicamento age diretamente nas chamadas placas beta-amiloides, proteínas que se acumulam no cérebro e são associadas ao avanço do Alzheimer.

Segundo dados de ensaios clínicos divulgados pela Eli Lilly, o donanemabe demonstrou eficácia na remoção dessas placas: 30% dos pacientes apresentaram níveis considerados negativos aos 6 meses de tratamento, 66% aos 12 meses e 76% aos 18 meses.

A empresa informou que, após a aprovação, o próximo passo será o processo de definição de preço junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Por enquanto, ainda não há previsão de quando o remédio começará a ser comercializado no país nem o valor final para o consumidor.

A chegada do donanemabe representa um avanço importante no combate ao Alzheimer, oferecendo uma nova possibilidade de tratamento para pacientes em estágio inicial e suas famílias.

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