Apenas quatro planos de saúde lucraram R$ 1,3 bi no 2º trimestre do ano. Rodrigo Maia está de olho

Foto: Luis Macedo (Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não exagera quando diz que as operadoras de planos de saúde estão passando dos limites ao pedirem reajuste de 25% nas mensalidades de seus clientes. Ele foi informado por assessores de que apenas quatro empresas do ramo lucraram R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre do ano, apesar de este ter sido o pior período da pandemia da covid-19.

Um dos casos mais gritantes foi o da NotreDame Intermédica, que mais do que dobrou os ganhos entre abril e junho, com crescimento de 149,2% em relação ao mesmo período de 2019. O lucro líquido da operadora somou R$ 223,4 bilhões.

Já a SulAmérica computou incremento de 83% nos resultados líquidos (depois do pagamento de todos os impostos). O lucro saltou para R$ 398,7 milhões no segundo trimestre. O Bradesco contabilizou incremento de 10,1%, com ganhos de R$ 359 milhões. O lucro da Hapvida, por sua vez, cresceu 24,7%, para R$ 278,6 milhões.

Em todos os casos, as operadores registraram resultados recordes para o período, com aumento de até 62,7% no faturamento. As empresas foram beneficiadas, no período, pelo menor uso dos convênios médicos, a tal sinistralidade, pois muitas pessoas suspenderam consultas, exames e cirurgias por medo da covid-19.

Com pressão de Maia, ANS recua

É por isso que Rodrigo Maia resolveu partir para cima das operadoras e da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), que, acuada, suspendeu o reajuste de 25% nos planos até o fim do ano. Segundo o presidente da Câmara, se a ANS insistisse no aumento, o Congresso entraria no circuito para reverter a decisão.

Além dos reajustes considerados abusivos, o Legislativo está de olho num movimento inaceitável por parte das operadoras, sobretudo, as de menor porte. Elas estão expulsando dos convênios pessoas com mais de 60 anos, mesmo cobrando mensalidades entre R$ 1.500 e R$ 2 mil.

Em vários casos, as operadoras comentem fraudes, pois enviam e-mails para os clientes com mais de 60 anos dizendo que partiu deles a decisão de romperem os contratos de prestação de serviços. (Correio Braziliense)

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