Depois de 71 anos, outro Maracanazo. O Maracanã voltou a ser palco de festa de um grande rival, assim como foi em 1950, perdendo o título mundial para o Uruguai. Desta vez, o torneio tem muito menos importância.
Mas é simbólico. No templo do futebol mundial, quem festejou hoje, dia 10 de julho de 2021, foi Lionel Messi e seus companheiros. Depois de 28 anos, a Argentina voltou a ser campeã. E Messi conquistou, pela primeira vez, um campeonato por seu país. Em um jogo de muita marcação, de lado a lado, um erro individual.
Aos 23 minutos do primeiro tempo, De Paul lançou do campo argentino para a ponta direita. A bola foi em direção de Renan Lodi. Mas, de maneira infantil, ele errou a bola. Ela se ofereceu ao habilidoso Di Maria.
Ele correu sozinho, livre. Diante do desesperado Ederson, tocou por cima, de forma belíssima, encobrindo o goleiro. A bola foi morrer no fundo da rede brasileira.
Argentina 1 a 0.
A decepção foi Neymar. O principal jogador brasileiro avisou nas redes sociais que “Neynight está on”. Algo juvenil avisando que estaria ‘ligado’. Não esteve.
Tite deu toda a liberdade ao seu camisa dez, dono de todas as faltas e pênaltis. E ele estava individualista, egocêntrico. Tratava de pegar a bola e baixar a cabeça, tentando driblar. Mas a marcação argentina estava muito bem feita. E ele nada fez de prático. A não ser prender a bola até tomar pontapés na intermediária.
A Argentina conseguiu. Venceu. Foi campeã depois de 28 anos. No coração do grande rival. Ao final da partida, Messi foi jogado ao alto para os companheiros. Enquanto Neymar chorava, envergonhado. A vitória foi do futebol coletivo. Lionel Scaloni deu um banho em Tite. Ele tratou de mudar seu time, de forma surpreendente. Escalou Di Maria na direita, para explorar a fragilidade defensiva de Renan Lodi.