O debate sobre o Estado laico é um dos mais notáveis na atual geração, onde valores comuns à maioria das pessoas, como a crença no bem e no mal, foram transportados para o embate político de forma muitas vezes pejorativa. Talvez por isso o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, se tornou alvo de um processo movido por um grupo de ateus, após ele incluir música cristã no Réveillon 2019.
O processo foi movido pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Ateia), após o prefeito Marcelo Crivella anunciar a presença da cantora Anayle Sullivan no Réveillon do Rio de Janeiro, previsto para a noite do próximo dia 31.
Segundo à Ateia, é um erro da prefeitura utilizar verba pública para financiar uma atividade que é voltada para a fé de uma religião, neste caso o cristianismo, segundo informações do Yahoo.
“Essa ideia de mais três palcos em Copacabana […] também dá espaço à canção gospel, que é na nossa cidade o primeiro lugar disparado nas rádios. Essa música, pela primeira vez, terá palco especial para ela”, disse Crivella.
Para os ateus, a inclusão de música gospel no Réveillon do Rio de Janeiro viola “a laicidade do Estado e, consequentemente, o patrimônio público e os interesses difusos da coletividade”.
Parte do posicionamento dos ateus e agnósticos se fundamenta na ideia de que “a música gospel em nada difere, em conteúdo, da pregação religiosa habitual de pastores e ministros de confissões religiosas”.
Evento plural
Para a Riotur, no entanto, empresa responsável pela programação do Réveillon do Rio de Janeiro, a inclusão de música gospel no evento apenas atende ao princípio da pluralidade, visto que a música cristã, como qualquer outra, representa os interesses de parte da população.
“Trata-se de uma festa democrática. Qualquer interpretação além disso parece ser uma manifestação de preconceito”, afirmou a organização.
“O Réveillon Rio 2020 será um evento grandioso e plural, contemplando todos os estilos musicais. Os palcos espalhados pela orla de Copacabana tocarão diversos ritmos, passando pelo samba, pagode, rock, funk, gospel, entre outros”, conclui.
por: Will R. Filho – Gospel +