Atingido pela Covid, o turismo ensaia a adoção de novo normal

Foto: projeto Santa Cruz

Na Semana Santa Edvan Almeida, o Vando (PSC), prefeito de Monte Santo, palco de uma tradicionalíssima romaria, botou uma placa na estrada de acesso à cidade:

Seja bem-vindo a Monte Santo. No próximo ano.

Eis aí uma nesga da estampa baiana da porrada que a Covid deu no turismo mundial. Destinos que passaram a vida inteira chamando gente para se divertir, fazer negócios ou orações em todas as vertentes religiosas de repente vendo a clientela como inimiga mortal.

Fala Fausto — Nisso aí a Bahia com uma cadeia de resorts, hotéis, pousadas e afins, de 3.226 unidades espalhadas das praias às matas baianas empregando mais de 110 mil pessoas, viu tudo ruir, reduzido a 4%, alguns funcionando até para atender o pessoal da Covid.

O PIB baiano de 2019, segundo dados da SEI, foi de R$ 304 bilhões. O turismo entra nisso com 3,8%, algo em torno de R$ 11,5 bilhões. O desemprego desabou. E aí?

Fausto Franco, secretário de Turismo da Bahia, diz que alguns setores já se movimentam para ir retomando as atividades dentro de novas regras, com altos padrões sanitários.

— Claro que o cenário é ruim, mas hotel mesmo só fechou o Convento do Carmo, que tinha outros problemas. Estamos traçando o novo momento e também esperando o Fundo Garantidor prometido. Sem isso, sim, ficaria complicado.

O Fundo Garantidor é uma linha de crédito de R$ 5 bilhões para socorrer o setor.

Daí é com Irmã Dulce.

A Terra Máter retoma voos

E eis que após a tempestade da Covid que atingiu em cheio Porto Seguro, o portal da Costa do Descobrimento, um dos grandes destinos turísticos do Brasil, os voos da Gol e da Latam de São Paulo, Campinas e Belo Horizonte recomeçam dia 15.

Claro que dentro de um ‘novo normal’, como tratos especiais na questão sanitária no embarque, no voo e no desembarque e também nos hotéis. A esperança é diminuir o prejuízo.

PT quer saber das domésticas

Como anda a divisão dos afazeres domésticos entre homens e mulheres em tempos de pandemia?

É atrás da resposta que o Coletivo Mulheres de Todas as Lutas, ligado ao PT, elaborou um questionário eletrônico em três blocos, com perguntas sobre trabalho, moradia e divisão das tarefas domésticas.

Em suma, quer saber se em casa as mulheres estão trabalhando mais que os homens. Desconfiam que sim.

Desemprego, um exemplo

Edno Nascimento de Andrade, o Edinho, dono do Hotel Gabrielli, no Taquary, no Guaibim, em Valença, que recebia europeus da Alemanha, Itália, Espanha e França, três points da Covid até pouco, é um exemplo do tamanho do baque:

— Eu trabalhava com 20 empregados de carteira assinada de verão a verão, no verão acrescentava temporários. Demiti 16, fiquei só com o pessoal da manutenção. E ainda assim fica pesado.

Em plena pandemia, a ALB vai a pleno vapor. Pelo zap

Lógico que os nossos 40 imortais da Academia de Letras da Bahia (ALB), pela própria natureza, um enclave de idosos, sabem que o título de imortal é simbolismo que homenageia quem o tem e contempla a obra, e para não dar canja ao corona incorporaram de vez o suporte eletrônico da sociedade em rede para tocar a vida produzindo numa boa em tempo de pandemia.

Segundo o presidente Joaci Góes, até que a Covid produziu um lado bom.

— Criamos um grupo de zap e os contos entre os acadêmicos são mais constantes e intensos do que em qualquer época. As publicações do site da Academia resolvem. Penso que a maior transformação produzida pela Covid será a intensificação sem precedentes do homeoffice. (A Tarde)

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