Bahia registra primeira morte por Influenza A H3N2 no estado

Foto: Acervo/ Voz da Bahia

A Bahia registrou, até a última terça-feira (14), 93 casos de Síndrome Gripal (SG) com resultado positivo para Influenza A H3N2. Conforme a segundo boletim divulgado pela Vigilância Epidemiológica Estadual, destes, 15 evoluíram para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e necessitaram hospitalização.

De acordo com o boletim, dos casos de H3N2 que necessitaram de internação, 14 são residentes em Salvador e um em Lauro de Freitas, com idades entre 9 a 85 anos.

Em relação ao município de residência dos casos de síndrome gripal que não necessitaram de internação, 74 são de Salvador, cinco de São Sebastião do Passé, três de Catu, dois de Itapebi e um de cada um dos seguintes municípios: Alagoinhas, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Lauro de Freitas, Macajuba e Vitória da Conquista. Dois casos são oriundos de outro estado.

Segundo o alerta emitido pela Vigilância Epidemiológica Estadual, as equipes de saúde devem estar atentas para a necessidade de intensificação das ações de vigilância dos casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Há recomendação também para a intensificação vacinal nos municípios que dispõem de estoque, com oferta da vacina influenza para os grupos prioritários não vacinados durante a campanha de 2021.

Surto de gripe

Na terça-feira (14), o secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates, confirmou que a capital baiana passa por um surto de gripe. Em julho, a prefeitura abriu a vacinação contra a gripe para o público geral, mas a aderência à campanha foi baixa.

De acordo com a prefeitura de Salvador, nas últimas 24 horas mais 32 casos da influenza H3N2 foram registrados na cidade. Com isso, subiu para 109 o número de ocorrências de gripe notificados na cidade em 2021. Desse total, 106 foram notificados entre o final do mês de novembro e início de dezembro.

Para conter o avanço do vírus na cidade, a Prefeitura de Salvador realizará um grande mutirão de vacinação contra influenza na sexta-feira (17). Por conta da intensificação, a estratégia contra Covid-19 será suspensa nessa data.

“Mobilizaremos todas as equipes que atuam no processo de imunização para intensificar a vacinação da gripe na cidade. É uma medida para ampliar a cobertura vacinal no município com o intuito de conseguirmos quebrar a cadeira de transmissão do vírus da influenza na capital e, assim, reduzir os impactos do surto em nosso sistema de assistência de urgência”, explicou Leo Prates.

Ainda na capital baiana, pacientes relataram espera de mais de 17 horas para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Marback, no bairro da Boca do Rio. A maioria está com sintomas de gripe.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Léo Prates, a demora ocorre porque pacientes com “baixa gravidade” se dirigem à UPA, que é destinada para “média e alta complexidade, ou seja, paciente com gravidade.

Na rede privada, a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde admite o surto de gripe. O problema começou a ser identificado há cerca de 15 dias.

A associação informa ainda que nos 14 hospitais gerais da rede particular em Salvador, não têm superlotação, mas já reforçaram a quantidade de funcionários e leitos.

“Os hospitais aumentaram a sua capacidade operacional, chegando muito próximo da capacidade instalada na emergência. Começaram a contratar mais médicos, ampliar equipe de enfermagem e disponibilizar mais leitos de observação”, disse o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde, Mauro Adan.
A auxiliar administrativo, Eliana Vida, esperou por quatro horas por atendimento para a filha, de 9 anos, no Hospital São Rafael, no domingo (12). Por causa da demora, ela optou por voltar para a casa onde mora e se consultar por telefone.

“Eu acabei desistindo do atendimento, até mesmo para não agravar a situação da minha filha, que estava com febre, diarreia e vomitando. Chegando em casa eu liguei para o médico, que me orientou, mas é muito triste você ver isso, porque você paga um plano médico pensando em ter um atendimento que necessita e nem sempre isso vai acontecer”, desabafou Eliana Vida.
Em nota, o Hospital São Rafael reconheceu o aumento na procura por atendimento na emergência.

Afirmou também que tem adotado providências para minimizar os impactos da demora no atendimento e garantir o fluxo separado dos casos de sintomas respiratórios com os prioritários conforme os critérios de gravidade.

No Hospital da Bahia, entre domingo e terça-feira (14), o número de pacientes com quadro de doenças respiratórias foi cinco vezes maior. O maior tempo de espera no atendimento foi de seis horas, na segunda (13).

De acordo com a assessoria do hospital, a maioria das pessoas tinham sintomas leves e não precisaram de internamento.

Vacinação

O boletim de Vigilância Epidemiológica Estadual recomenda a intensificação vacinal nos municípios que ainda têm estoque do imunizante. As doses devem ser ofertadas para os grupos prioritários não vacinados durante a campanha de 2021.

O grupo prioritário é composto por crianças entre 6 meses e 6 anos; gestantes e puérperas; pessoas com 60 anos ou mais; povos indígenas e quilombolas; população privada de liberdade; adolescentes sob medidas socioeducativas; pessoas com comorbidades ou deficiência permanente.

Na Bahia, de acordo com dados do Painel Influenza do Ministério da Saúde, 5.635.200 doses da vacina Influenza foram distribuídas e 4.838.703 foram aplicadas durante a Campanha da Influenza em 2021, atingindo a cobertura média de 94,3%. Em 2020, a cobertura média alcançou 93,55% do público alvo. (G1)

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