De acordo com a pesquisa “As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil”, feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com apoio da Fundação Vale, na Bahia, 77 de cada 100 crianças e adolescentes vivem na pobreza multidimensional: renda, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação.
Lançada nesta terça-feira (14), em todo o Brasil, o estado mostra que ao menos 32 milhões de meninas e meninos (63% do total) estão nessa situação no país. Para chegar a tal número, foram utilizados dados oficiais, da Pnad Contínua, sendo feita uma análise específica sobre a renda para alimentação.
Os dados disponíveis para todos os indicadores são anteriores a pandemia, datam de 2019 e já indicam que haviam 32 milhões de meninas e meninos de até 17 anos privados de um ou mais desses direitos. Para os anos seguintes, só há dados de educação e renda, incluindo renda para alimentação, sendo que em todos esses cenários os números só pioram.
A falta de acesso a saneamento básico é um dos principais males, alcançando 21,2 milhões de meninas e meninos, seguida pela privação de renda (20,6 milhões) e de acesso à informação (6,2 milhões). Logo após vem a falta de moradia adequada (4,6 milhões), privação de educação (4,3 milhões), falta de acesso a água (3,4 milhões) e trabalho infantil (2,1 milhões).
Quando o estudo fala especificamente da Bahia, a privação de renda é a que mais afeta crianças e adolescentes. Ao todo, são 57% desse público que sofre com a falta de acesso a saneamento (48,2%) e acesso à informação (18,1%), acesso à educação (13,8%), acesso a água (10%), moradia (6%) e trabalho infantil (3,8%). Ainda a segundo a pesquisa, 77,8% das meninas e meninos do Estado são afetados por uma ou mais dessas pobrezas analisadas. (BNews)