‘Bahia vai pagar preço caro’, diz diretor do sindicato sobre possível fim da Petrobras no estado

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente do  Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), Radiovaldo Costa, acredita que o possível fim das atividades da Petrobras na Bahia, denunciado pela própria entidade, deve custar um alto preço à economia do estado. Atualmente, a estatal tem quatro mil trabalhadores concursados e 15 mil terceirizados na Bahia, de acordo com o sindicalista.

“Pela nossa visão, a Bahia vai pagar um preço caro. O estado vai perder movimentação de serviços. Teremos queda de arrecadação de royalties e além de afetar economia local”, apontou o sindicalista, que diz que a entidade busca conversar com prefeitos e deputados, para tentar reverter a medida. 

Ele argumenta que o suposto encerramento de atividades no estado é político e não tem justificativa técnica nem econômica. Para ele, se trata de uma política de desvalorização da região Nordeste implantada pela gestão da empresa de economia mista.

“Essa postura do governo mostra que Nordeste não está no rol de prioridades. A medida não tem viés econômico nem técnico. Isso não é verdade. Muito pelo contrário, Temos mercado importante. A estrutura produtiva é paga”, argumenta.

Ele elencou “sinais” de que a petroleira deixaria de lado não apenas a Bahia como o mercado nordestino e apostaria principalmente no Sudeste: política de estimulo a transferências de funcionários para outras regiões, programa de demissão voluntária e o suposto fechamento de unidades no estao. 

De acordo com Radiovaldo, com a venda da Refinaria Landulpho Alves para uma empresa de capital estrangeiro, a Petrobras vai perder a principal unidade do estado.

Ele também apontou que, além da venda já anunciada da participação de oito campos terrestres, também estaria em andamento a comercialização dos campos de Catu, São Sebastião do Passé, Candeias e Alagoinhas. Os campos que seriam vendidos para a iniciativa privada rendem  32 mil barris de petróleo por dia, conforme o sindicalista.

O diretor do Sindipetro afirma ainda que a Fafen não estaria em fase de arrendamento, como sustenta a empresa, mas que será fechada até o final deste ano. “Trabalhadores da Fafen serão transferidos para o Sudeste, como a Bacia de Campos”, diz. 

A transferência de trabalhadores para o Sudeste também iria atingir funcionários do escritório da empresa na Pituba, onde funciona a parte administrativa da Petrobras.  

O Metro1 não conseguiu contato com a assessoria da Petrobras até a publicação.

(Metro1)

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