Três dias após uma baleia morrer encalhada na praia do bairro de Coutos, em Salvador, o corpo do animal continua no local nesta segunda-feira (2), e moradores do entorno relatam muito mau cheiro e medo de doenças. Segundo a babá Elisabete Brito, a população mudou os hábitos depois que o animal morreu na praia.
“A gente está com medo. Estamos com medo de nos aproximar e também que a praia fique toda contaminada por causa da baleia. Está um cheiro muito forte. Mudamos os hábitos, nem estamos mais indo na praia. Estou com medo de pagar doenças, algum tipo de bactéria”, afirmou.
Outra moradora, que reside a poucos metros de onde o animal está, afirma que o cheiro forte está atrapalhando o dia-a-dia. “Primeira vez que acontece isso aqui. Moro há 11 anos e nunca vi. A situação começou a ficar ruim no sábado. O cheiro está forte, ninguém consegue fazer nada”, disse.
Segundo o Instituto Baleia Jubarte, o risco de contaminação é real.
“A gente recomenda que as pessoas tomem cuidado. Ainda não temos a causa exata da morte, mas parece que ela estava doente. Então, há possível risco de contaminação. As pessoas devem evitar se aproximar da baleia”, contou Enrico Marcovaldi, um dos fundadores do instituto.
Equipes da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) trabalham no serviço de remoção do corpo do animal desde sexta. Até o domingo (1º), os agentes faziam um trabalho mais manual, cortando partes da carcaça em etapas, entretanto a previsão é que uma nova estratégia seja adotada para retirar a baleia com mais velocidade .
“Estamos em contato com a Marinha para que ela ceda para gente um barco rebocador. Isso vai facilitar e agilizar o trabalho. A gente vai consegui pegar o animal de uma vez só. vamos colocar na região mais próxima da terra e remover até o aterro. Caso a marinha disponibilize, a baleia é retirada da praia ainda hoje” afirmou Marco Antônio, gerente de operações especiais da Limpurb.
Caso
Baleia encalhada em Coutos — Foto: Cid Vaz/TV Bahia
A baleia, um animal adulto com cerca de 15 metros de comprimento e 39 toneladas, foi encontrado com vida, na sexta-feira (30). Os moradores tentaram ajudar, jogando água nela, e equipes do Instituto Baleia Jubarte também prestaram atendimento, mas o animal morreu horas depois.
Um dia antes, outra jubarte já havia sido encontrada morta na praia de Plataforma, a cerca de oito quilômetros de Coutos. No sábado, moradores chegaram a pegar pedaços de carne do animal, para consumo.
(G1/BA)