Bolsonaro ficará afastado da Presidência por mais quatro dias, diz porta-voz

Bolsonaro ao lado dos médicos Luiz Henrique Borsato (à esq.) e Antonio Luiz Macedo — Foto: Reprodução/Twitter
Bolsonaro ao lado dos médicos Luiz Henrique Borsato (à esq.) e Antonio Luiz Macedo — Foto: Reprodução/Twitter

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ficará afastado do cargo por mais quatro dias, segundo nota divulgada na tarde desta quinta-feira (12) pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros. Bolsonaro voltaria a assumir a presidência nesta sexta-feira (13). Com a nova decisão, ele deverá reassumir o cargo apenas na terça-feira (17).

“A recuperação do Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, evolui positivamente. Entretanto, a equipe médica da Presidência da República decidiu mantê-lo afastado do exercício da função de chefe do poder executivo, por mais quatro dias, a contar de 13 de setembro de 2019, com a finalidade de proporcionar maior tempo de descanso.”

Bolsonaro se recupera de uma cirurgia de hérnia realizada em hospital de São Paulo no domingo (8) no Hospital Vila Nova Star. Desde domingo, o vice-presidente Hamilton Mourão ocupa o cargo de presidente da República de forma interina.

O hospital montou um escritório de onde Bolsonaro poderá despachar quando reassumir o cargo. Ainda não há previsão de alta do presidente.

Bolsonaro tem “recuperação progressiva dos movimentos intestinais”, segundo boletim médico divulgado na manhã desta quinta-feira (12). Ele permanece com sonda nasogástrica, em jejum oral e alimentação parenteral (endovenosa). Mantém fisioterapia respiratória e motora. Foi feito curativo cirúrgico, com ferida operatória de bom aspecto.

Veja o boletim médico:

“O Hospital Vila Nova Star informa que o Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, apresenta evolução clínica favorável. Sem dor, afebril e com recuperação progressiva dos movimentos intestinais. Os exames laboratoriais seguem estáveis. Permanece com sonda nasogástrica, em jejum oral e alimentação parenteral (endovenosa). Mantém fisioterapia respiratória e motora. Feito curativo cirúrgico, com ferida operatória de bom aspecto. As visitas continuam restritas.

  • Direção médica responsável:
  • Dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo – Cirurgião-chefe
  • Dr. Leandro Echenique – Clínico e Cardiologista
  • Dr. Antônio Antonietto – Diretor médico do Hospital Vila Nova Star
  • Dr. Ricardo Peixoto Camarinha – Médico da Presidência da República”

Na terça, um exame de raio-x mostrou que Bolsonaro estava com muito ar no estômago e no intestino. Para retirar esse ar, os médicos colocaram uma sonda nasogástrica. Também suspenderam a dieta oral, mantendo-a exclusivamente pela veia.

O médico Antônio Luiz Macedo explicou que o quadro não é uma intercorrência ou piora, mas uma resposta natural do intestino. Segundo o cirurgião, isso já havia acontecido após as outras operações.

A retirada da sonda está prevista para a tarde desta quinta ou a manhã de sexta. “Retirando a sonda, a dieta líquida é retomada”, disse o médico.

“Os exames laboratoriais, estão todos bem. Fizemos avaliação do fígado, avaliação do rim. Não tem nenhum sinal de infecção. Não tem nenhum sinal de complicação”, acrescentou.

No início da tarde desta quinta, o presidente publicou em sua conta no Twitter uma foto em que aparece ao lado dos médicos Luiz Henrique Borsato e Antonio Luiz Macedo. Na imagem é possível ver a sonda nasogástrica.

O presidente já passou por quatro cirurgias desde que levou uma facada em Juiz de Fora durante a campanha eleitoral.

A primeira cirurgia após a facada aconteceu no mesmo dia do atentado, em um hospital de Juiz de Fora. Cinco cirurgiões e dois anestesistas participaram da intervenção. Durante o procedimento, Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue, e teve implantada uma bolsa de colostomia.

Dias depois, em São Paulo, Bolsonaro passou por uma segunda cirurgia, onde os médicos reabriram o corte da primeira cirurgia e encontraram a obstrução em uma alça do intestino delgado, que fica na parte esquerda do abdômen.

Em janeiro de 2019, o presidente voltou ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para fazer a retirada da bolsa de colostomia e o ligamento do intestino.

No último domingo, Bolsonaro fez a quarta cirurgia para correção da hérnia que se formou na região da cicatriz, no abdômen. (G1)

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