O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi, no Brasil, o político mais influente nas redes sociais em 2022. Apesar de sua derrota nas eleições de outubro e de sua reclusão após o pleito, o ex-mandatário responde, sozinho, a 21,2% de todo o engajamento com figuras políticas por meio de curtidas, compartilhamentos e comentários realizados no Twitter e em perfis públicos do Facebook ao longo do ano anterior.
Os temas que mais deram tração às redes do ex-presidente estavam relacionados ao processo eleitoral (35%), ao aborto (13%) e ao governo (6%). O levantamento é da .MAP, agência de análise de mídias e dados.
Em um distante segundo lugar aparece o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concentrando 7,6% de todo o engajamento. Os assuntos que mais projetaram o petista estavam ligados ao plano de governo (26%), ao processo eleitoral (19%) e à realização de comícios (14%), segundo a .MAP.
Na sequência estão o deputado federal André Janones (Avante-MG), com um índice de engajamento de 6,3%, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), com 4,7%, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com 3,7%
O deputado federal do PL-SP Eduardo Bolsonaro (3,5%), o deputado federal eleito pelo PSOL-SP Guilherme Boulos (3,3%), o ex-secretário da Cultura Mario Frias (2,6%), o ex-juiz e senador eleito pelo União-PR Sergio Moro (2,4%) e o governador eleito em São Paulo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas (2,3%), completam o ranking dos dez políticos que alcançaram o maior engajamento nas redes sociais ao longo deste ano.
Na lista dos 20 políticos que mais arremataram interações, apenas cinco estão alinhados à esquerda, ante 15 que se posicionam à direita do espectro político.
A hegemonia de perfis conservadores, que lidera a participação no ambiente virtual desde a eleição de Bolsonaro em 2018, só foi abalada em outubro do ano passado, durante as eleições.
A reação da esquerda, segundo a agência .MAP, começou a ganhar força em maio, com a oficialização da chapa Lula-Alckmin, e atingiu seu auge no mês do pleito. Mas rapidamente perdeu espaço para a direita, que chegou a dezembro dominando o debate público virtual.
“O desafio da esquerda será sustentar o apoio de influenciadores nas redes sociais e crescer no engajamento de seus quadros políticos, para equilibrar o jogo digital”, afirma a diretora da .MAP, Giovanna Masullo.
“O fla-flu político não se encerrou com os resultados das urnas, segue pautando as discussões nas redes sociais e não deve sair de cena, apesar do esgotamento do público não militante com a polarização”, diz ainda.
O jogo de forças entre direita e esquerda se mostrou mais equilibrado neste ano entre influenciadores digitais. O levantamento da agência mostra que, dos 20 que mais se destacaram nas discussões em 2022, dez estão alinhados à direita e outros dez, à esquerda.
O comunicador digital Felipe Neto, que apoiou o nome de Lula na corrida eleitoral, lidera a lista, concentrando 6,2% do engajamento entre o segmento. Ele é seguido pelo perfil de esquerda Desmentindo Bozo (4,2%), pela página de entretenimento PAN (3,9%), pelo jornalista conservador Kim Paim (3,2%) e pela página TeAtualizei (2,8%), comandada pela blogueira bolsonarista Bárbara Destefani. (Política Livre)