O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida, nesta sexta-feira (16/4), o número de mortes pela covid-19 no país. Até o momento, mais de 365 mil brasileiros perderam a vida em decorrência do novo coronavírus. O chefe do Executivo ironizou que não morre mais ninguém de outras doenças e que “até mesmo o mosquito da dengue” teria sido vítima do vírus, já que, segundo ele, os casos de dengue também sumiram.
Segundo Bolsonaro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, entregará um levantamento dos últimos cinco anos constando o número de mortos por outras doenças na próxima reunião do Comitê criado para o combate da pandemia.
“Tivemos uma reunião daquele comitê que trata da covid, né, com presidente da Câmara, Senado, MP, etc. No momento, particularmente, eu resolvo o assunto, mas eu pedi em público, ali, para que o ministro da Saúde, na próxima reunião nossa do conselho, apresente, nos últimos cinco anos, quantas pessoas morreram de cada doença”, apontou.
“Tem certas doenças que não morrem mais ninguém. O vírus matou o mosquito da dengue. Então, nós sabemos que está matando esse vírus, sabemos. Em especial quem é mais idoso, etc, mas temos que ter um número concreto”, acrescentou.
Ele disse ainda que é necessário averiguar a razão das unidades de terapia intensiva (UTIs) estarem cheias e se realmente se deve a casos da covid-29. “Parece que só se morre de covid. Você pode ver: os hospitais estão com 90% das UTIs ocupadas. Agora, o que a gente precisa fazer: quantos são de covid e quantos são de outras enfermidades”.
Na quarta-feira (14), ele teceu comentários semelhantes questionando os casos da doença. “Eu mandei o Ministério da Saúde, determinei para levantar o número de óbitos dos últimos cinco anos de certas doenças. Tem doenças que simplesmente o vírus acabou. Várias. Problema de coração parece que acabou no Brasil. Morre pouca gente. Morre de doença respiratória, pouca gente também. Tudo é covid-19. Lamentamos, morre gente, lamentamos quem perdeu a vida. Tem muita gente, amigos meus que estão em situação complicada, hospitalizados. Sabemos disso, mas temos que enfrentar esse problema. A vida toda vai existir esse vírus, infelizmente”, destacou na data.
Vermes
Bolsonaro voltou a falar em tratamento precoce, que não possui eficácia comprovada e alfinetou a oposição, chamando-a de “verme”. “Criminalizaram o tratamento precoce, o tratamento imediato. Estão processando ministro da Saúde nosso por causa da cloroquina, que é usada há muito tempo para a malária. Não existe excesso de produção aqui”, alegou. “A ivermectina mata verme? Então, entendi porque a esquerda é contra”, disparou. (Correio Brasiliense)