O Brasil conquistou três ouros, duas pratas e três bronzes nesta quarta-feira (13), sétimo dia do Mundial de Atletismo Paralímpico em Dubai, que segue até esta sexta-feira (15). Faltando dois dias para o fim da competição, o paós ocupa a segunda colocação no quadro-geral de medalhas, com 12 ouros, oito pratas e 13 bronzes.
Superado apenas pela China, com 23 ouros, 19 pratas e nove bronzes. A terceira colocada é a Ucrânia, com nove ouros de um total de 19.
O ouro que encerrou a jornada do dia veio de forma surpreendente no lançamento de disco da classe F37 (paralisados cerebrais). João Victor Teixeira encaixou o sexto e último lançamento a 52,76m e subiu da quarta posição para a liderança, suplantando de uma só vez o paquistanês Ali Haider e o australiano, que empatavam na primeira colocação até então com exatos 51,43m.
DOBRADINHAS
Assim como ocorreu nos dois dias anteriores, os atletas do país protagonizaram dobradinhas nos pódios árabes. Hábito que teve início na segunda-feira, quarto dia de competição. Nesta quarta-feira, as provas de 100m da classe T11 (para cegos) no masculino e os 200m no feminino levaram duas bandeiras brasileiras às respectivas cerimônias de premiação.
Entre os homens, o veterano Lucas Prado, 34, campeão paralímpico em Pequim 2008, voltou a ganhar um ouro em campeonatos mundiais na prova que é sua especialidade. A última vez que ele ocupou este posto foi em Lyon 2013, quando estabeleceu o recorde do campeonato de 11s08.
Na noite desta quarta-feira de Dubai ele não só foi campeão como derrubou o próprio recorde em treze centésimos. Timothee Adolphe, da França, foi o vice-campeão (11s03) e o carioca Felipe Gomes, bronze, com 11s14.
No feminino a chance de dobradinha era ainda maior. Três brasileiras estavam na pista: Jerusa Geber (guiada por Gabriel Garcia), Lorena Spoladore (Renato Benhur) e Thalita Simplício (Felipe Veloso). Contra elas a chinesa Cuiqing Liu, que já havia sido derrotada por Thalita na final dos 400m e por Jerusa, nos 100m.
Dessa vez, no entanto, Liu mostrou superiodidade. Após a largada, assumiu a dianteira com folga, mas quando parecia que ia ganhar com facilidade, Thalita e Felipe chegaram fortes e só não tiraram o ouro da chinesa por uma diferença de três centésimos. Liu cruzou a linha de chegada em 24s89, contra 24s92 de Thalita. A terceira colocação seria de Jerusa, porém a arbitragem entendeu que houve interferência de Gabriel Garcia na corrida da atleta do Acre na saída da curva e a dupla foi desclassificada. Melhor para Lorena e Renato, que herdaram o bronze.
A quarta-feira contou ainda com o bronze de Táscitha Cruz nos 100m T36, com 14s38. Superada pela argentina Yanina Martínez (14s02) e a chinesa Yiting Shi, a campeã, com 13s62. Minutos depois, foi a vez de Vitor de Jesus ser prata nos 200m da classe T37 (paralisados cerebrais). Ele quebrou recorde das Américas com 22s77, enquanto que o russo Andrei Vdovin fez o melhor tempo do mundo nesta temporada com 22s60.
A primeira medalha desta quarta-feira foi conquistada enquanto ainda era madrugada no Brasil. O paulista Alessandro Rodrigo faturou o décimo ouro brasileiro e bateu o recorde mundial do lançamento de disco da classe F11.
Alessandro chegou à prova como campeão mundial e campeão paralímpico, mas havia perdido o recorde mundial para o cubano naturalizado italiano Oney Tapia em 2018. Na terceira tentativa lançou o disco a 46,10m para estabelecer o recorde mundial.
Nesta quinta-feira, penúltimo dia do Mundial de Dubai, seis brasileiros disputaram finais, das quais quatro serão em provas de campo.