As evidências científicas que apontavam o cigarro como o grande vilão do câncer levaram o Brasil a adotar, a partir do fim da década de 1980, medidas para desestimular o tabagismo, como a proibição da propaganda e do fumo em ambientes fechados, o aumento de impostos, a obrigação das imagens de advertência e a oferta de tratamento no SUS para deixar de fumar. O resultado do programa brasileiro antitabagismo, considerado um exemplo para o mundo, foi a redução, a um terço, do índice de fumantes na população, entre 1989 e 2015. Pesquisas do INCA já apontam uma diminuição na mortalidade por câncer de pulmão entre os homens.
Atualmente, a obesidade é a segunda ocupa a segunda posição entre as causas prováveis de câncer, e as lições do programa antitabagismo deveriam inspirar políticas públicas para o seu enfrentamento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil são atribuídos ao sobrepeso e à obesidade.
A proporção de pessoas obesas mais que dobrou no Brasil, na última década. Na população com 20 anos ou mais de idade, passou de 12,2% para 26,8%. Nesse período, a obesidade feminina subiu de 14,5% para 30,2%, enquanto a obesidade masculina passou de 9,6% para 22,8%.
Outro dado mostra que, em 2019, uma em cada quatro pessoas de 18 anos ou mais anos de idade no Brasil estava obesa, o equivalente a 41 milhões de pessoas. Essas informações são da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com uma amostragem que envolveu 108 mil municípios brasileiros.
Estudos científicos corroborados pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, da OMS, comprovam que o excesso de gordura corporal representa risco para o desenvolvimento de pelo menos 13 tipos de câncer, como esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo. A obesidade provoca um estado de inflamação crônica e elevação nos níveis de determinados hormônios, que promovem o crescimento de células cancerígenas, aumentando as chances de desenvolvimento da doença.
A epidemia de obesidade está diretamente relacionada à transição alimentar em curso no país. Os brasileiros, infelizmente, estão trocando os alimentos frescos e as formas tradicionais de preparo das refeições por alimentos processados e ultraprocessados. No lugar do feijão com arroz, saladas, frutas e suco naturais, consome-se cada vez mais, fast food, refrigerantes e sucos e refeições industrializadas.
Países como o México e o Chile, já adotaram políticas públicas para a redução e o controle do sobrepeso e da obesidade, como a criação de impostos diferenciado para bebidas açucaradas – que resultou na redução de 8% nas vendas desses produtos; advertências nos rótulos frontais de alimentos e bebidas industrializadas, que informam sobre a presença de altos teores de açúcar, sódio, gordura saturada e calorias.
É chegada a hora de um engajamento por parte de todos os setores da sociedade, para motivar, apoiar e promover a alimentação adequada e saudável. Além disso, ações e escolhas individuais também precisam ser incentivadas.
E você que escolhas está fazendo para combater a obesidade e o sobrepeso e melhorar sua saúde? Reflita, repense e aja! Sua saúde está ligada às suas escolhas.
Está tendo dificuldades para implementar mudanças saudáveis em sua rotina? Busque ajuda especializada de profissionais de saúde. Nós podemos te auxiliar nessa missão.
Oncocenter, dedicada a você!
Fontes: INCA, OMS, IBGE.