Edmundo González, candidato da oposição que disputou a presidência da Venezuela contra Nicolás Maduro nas eleições de julho, deixou o país neste sábado (7). González, que estava sob um mandado de prisão, partiu para a Espanha após solicitar asilo político.
González é investigado por crimes graves, incluindo usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação a atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, confirmou que González embarcou em um voo da Força Aérea espanhola. “O governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos”, afirmou Albares em suas redes sociais.
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, declarou que González deixou o país com o aval do governo venezuelano. “Após os contatos entre os dois governos e o cumprimento dos trâmites legais, a Venezuela concedeu os salvo-condutos necessários para garantir a tranquilidade e a paz política no país”, explicou Rodríguez.
Segundo a vice-presidente, González havia se refugiado na embaixada da Espanha em Caracas há vários dias e havia solicitado asilo político devido ao mandado de prisão emitido pelo Ministério Público no dia 2 de setembro.
Embora tenha sido derrotado nas eleições, o partido de González afirma que houve fraude eleitoral e que o político obteve ampla vantagem, de acordo com as atas das urnas eletrônicas. O partido publicou cerca de 80% das atas eleitorais em um site, alegando que isso comprovaria sua vitória. Embora a ONU tenha declarado os documentos como verdadeiros, o Ministério Público contestou sua autenticidade e solicitou a prisão de González.
Temendo ser preso pelo regime de Maduro, González estava escondido há mais de um mês e era considerado foragido. Ele enviou uma carta ao Ministério Público, alegando que não se apresentaria porque considera que o processo contra ele é infundado.
O pedido de prisão foi feito após González ignorar três intimações para prestar depoimento. O Ministério Público, aliado ao governo de Nicolás Maduro e controlado por chavistas, continua o processo contra o político.