Capelão foi demitido da Força Aérea após pregar que Bíblia reprova a homossexualidade

Foto: Reprodução

Um capelão da Força Aérea dos Estados Unidos foi demitido após pregar sobre a visão bíblica a respeito da homossexualidade a recrutas.. A mensagem incluía princípios das Escrituras sobre a imoralidade sexual.

“A mensagem era sobre ‘o pecado que não achamos tão ruim. Se você está fazendo sexo com alguém com quem não é casado, precisa parar. Eu disse, ‘sabe, às vezes a igreja cristã ganha a reputação de ser preconceituosa, porque olhamos para um pecado, a homossexualidade, e então fechamos os olhos e não dizemos nada sobre o pecado heterossexual, e isso é hipócrita’”., disse o capelão Curt Cizek.

A pregação, feita na Base Aérea de Lackland, gerou um efeito dominó que resultou em sua demissão: “Eu descobri logo depois que uma estagiária lésbica registrou uma reclamação sobre o sermão”, contou. “Ela reclamou que eu disse que todos os homossexuais vão queimar no inferno. Não sei que sermão ela ouviu, porque não foi isso que preguei naquele dia”, acrescentou.

De acordo com informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), 2.500 pessoas ouviram a mensagem, e pelo que se tem relato, apenas uma pessoa registrou queixa. “Também tínhamos uma comandante assumidamente lésbica trabalhando no treinamento básico e quando ela ouviu sobre a reclamação da estagiária, ela não concordou”, relembrou Cizek sobre o episódio ocorrido em 2013.

“Meus relatórios de desempenho foram rebaixados, minha recomendação de promoção foi rebaixada. Fui preterido duas vezes para promoção e involuntariamente afastado da Força Aérea em 2016”, explicou, indicando que perdeu seu posto após quase 30 anos de serviço, sendo 20 na ativa.

Liberdade de crença

A demissão o impediu de se aposentar como oficial da Força Aérea e que suas perdas financeiras foram significativas, superando um milhão de dólares em pensões e benefícios de saúde. “Mesmo se eu tivesse dito o que ela alegou que eu disse, estaria coberto pelo meu direito da Primeira Emenda [da Constituição dos EUA] de pregar e ensinar de acordo com minhas crenças religiosas”, pontuou o capelão. “Ou acreditamos que todos têm os direitos garantidos pela Primeira Emenda ou não”.

Após quatro anos de batalhas, Cizek decidiu vir a público revelar sua história às pessoas. O advogado que cuida do caso, Paul Platte, afirmou que seu cliente tem objetivos simples: “Tudo o que ele quer fazer é servir a Deus e servir ao seu país. Os regulamentos da Força Aérea permitiam especificamente que ele desse esse tipo de sermão. A Primeira Emenda protege sua liberdade de expressão e de religião. Portanto, francamente, achamos um absurdo o que aconteceu com ele”.

A Força Aérea nunca registrou por escrito que o sermão causou os relatórios de baixo desempenho, mas o acusou de “violar protocolos” não relacionados ao processo que resultou na demissão do capelão.

Em sua defesa, Curt Cizek nega que tenha cometido qualquer violação e após apelar aos escalões mais altos da Força Aérea, recebeu um documento que supostamente mostrava os motivos da decisão, mas o material suscitou mais dúvidas: “Aqui no topo da página está escrito os motivos da decisão e, em seguida, deixa em branco tudo que explica o motivo da decisão. Mas sabemos por quê. Ele foi disciplinado três dias depois de fazer o sermão sobre a imoralidade sexual”, protestou o advogado.

O outro lado

A Força Aérea foi procurada para comentar as queixas do capelão e emitiu um comunicado afirmando que “Curt Cizek alega que foi vítima de represália […] com base na análise do conselho, eles não concluem que o candidato foi vítima de represália. O conselho afirma que ele não conseguiu provar isso”.

A partir dos pedidos de ajuda do capelão, que procurou até mesmo a Casa Branca, o gabinete do vice-presidente Mike Pence encaminhou o caso ao Conselho da Força Aérea para Correção de Registros Militares para reconsideração. No entanto, as autoridades responsáveis se recusaram a reabrir o caso.

Agora, o escritório do Inspetor-Geral do Departamento de Defesa está investigando o caso e o capelão espera que uma mobilização dos cristãos seja suficiente para corrigir a decisão tomada contra ele: “Este é um momento para os cristãos conservadores sermos ouvidos, fazendo com que seus legisladores, a Casa Branca, a Força Aérea e o Secretário de Defesa saibam como eles se sentem a respeito disso”, disse Cizek.

”A verdadeira intolerância está impedindo as pessoas de falarem a verdade. Essa é a verdadeira intolerância e fanatismo que existe em nossa nação hoje”, encerrou o capelão, preocupado com o desfecho de sua situação caso a eleição projetada de Joe Biden como 46° presidente dos Estados Unidos se confirme.

Gospel + / Tiago Chagas

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