O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) publicou um vídeo em conta oficial no Twitter no qual mostra os registros das ligações efetuadas pela portaria do Condomínio Vivendas da Barra aos apartamentos do conjunto habitacional em 14 de março de 2018, data das mortes da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes. Segundo o filho do presidente da República, naquele dia, não houve nenhuma solicitação de entrada ao imóvel de número 58, que pertence a Jair Bolsonaro.
“Nos registros, é mostrado que às 17h13, uma solicitação de entrada foi feita por uma pessoa de nome Élcio (Queiroz, ex-policial e um dos suspeitos de participar do crime) para a casa 65, que seria a casa do Ronnie (Lessa, ex-policial e acusado de matar Marielle e Anderson). Nem antes, nem depois dessa ligação há tentativa de contato com Bolsonaro”, disse Carlos.
Reportagem divulgada, na terça-feira (29/10), pelo Jornal Nacional revelou que um porteiro do condomínio mencionou Bolsonaro em depoimento à polícia. De acordo com o relato do funcionário, Élcio, que se reuniu com Ronnie Lessa, teria alegado no momento de entrar no condomínio que iria até a casa do presidente — naquele dia, Bolsonaro estava na Câmara dos Deputados.
Conforme o depoimento, depois que Élcio se identificou na portaria, ele ligou ao apartamento de Bolsonaro para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar. Disse também que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “seu Jair”.
Segundo a matéria, o imóvel que pertencia a Ronnie Lessa é o de número 66, e não 65, como mostrou Carlos no vídeo publicado nesta quarta-feira (30/10).
De qualquer forma, na postagem, Carlos reproduz o áudio da ligação feita pelo porteiro ao apartamento 65. “Vocês percebem que a voz da portaria, da pessoa da portaria que ligou pra casa desse 65, não condiz em nenhum momento com a voz do então deputado Bolsonaro. Há alguma coisa errada nessas informações passadas à Rede Globo, que passam em segredo de justiça”, relata o filho do presidente.
Na ligação, o porteiro comunica ao dono do imóvel a chegada do “senhor Élcio”, e o morador do condomínio responde: “Tá, pode liberar aí”. Apesar de o vereador negar que nenhuma ligação tenha sido feita ao apartamento 58, é possível perceber nas imagens que a portaria interfonou o imóvel de propriedade do presidente Bolsonaro às 15h58. Além disso, no vídeo divulgado por Carlos, não consta nenhuma ligação efetuada à casa 66 naquele dia. (Correios Braziliense)