CFM exige revisão de proposta da ANS sobre mamografia para rastreamento do câncer de mama

Entidades médicas contestam alteração nas diretrizes de rastreamento e pedem inclusão de exames para mulheres a partir dos 40 anos.

Foto: José Cruz / Agência Brasil

O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou nesta sexta-feira (7) à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que reveja a proposta que altera as diretrizes de rastreamento do câncer de mama nos planos de saúde.

A proposta da ANS sugere a implementação de mamografias bienais para mulheres entre 50 e 69 anos, alinhando-se ao modelo adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, os planos de saúde cobrem o rastreamento anual a partir dos 40 anos. Segundo o CFM, essa mudança pode prejudicar a detecção precoce do câncer de mama e aumentar os índices de mortalidade. José Hiran Gallo, presidente do CFM, afirmou que a proposta deveria abranger todas as mulheres entre 40 e 74 anos, com a possibilidade de exames antes dos 50 anos, caso indicado pelo médico, para garantir diagnósticos mais rápidos e menos tratamentos agressivos.

A proposta gerou protestos de várias entidades médicas, que alertam para o fato de que 40% dos diagnósticos de câncer de mama no Brasil ocorrem em mulheres abaixo de 50 anos, e que 22% das mortes também estão nesse grupo.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca), que endossou a proposta, defende que a redução da faixa etária é baseada em evidências científicas que apontam riscos de diagnósticos imprecisos em mulheres mais jovens devido à maior densidade mamária.

Por outro lado, a Comissão Nacional de Mamografia, composta por importantes sociedades médicas, contestou o posicionamento do Inca e defendeu que a proposta ignora falhas no programa atual e a realidade das brasileiras, principalmente as de classes mais vulneráveis.

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